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Politica Brasil
Quinta - 05 de Outubro de 2006 às 08:30

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No olho do furacão da crise com o tucano Geraldo Alckmin, a candidata do PPS ao governo do Rio, Denise Frossard, conquistou o importante apoio de Heloísa Helena (Psol). "Ela anda de baby-doll em meu coração", disse a candidata. Frossard, no entanto, sofre para atrair o PDT, por conta de Cidinha Campos(PDT), deputada estadual reeleita, no Rio de Janeiro. Motivo: o passado do coordenador de campanha da candidata, Jackson Vasconcelos.

Ex-superintendente do INSS, em 1998 e 1999, e investigado em CPI na Assembléia Legislativa por suspeita de participar de fraudes na Previdência, Vasconcelos seria também responsável pela arrecadação de recursos para a campanha.

Presidente da CPI que, em 2002, investigou as irregularidades no órgão, Cidinha Campos avisa que não há a menor possibilidade de apoiar Frossard. "É constrangedor. Tive que levar esse homem para depor na CPI debaixo de vara", lembrou a deputada reeleita.

Apesar de ter sido aprovado por unanimidade pelos membros da CPI, o relatório final foi derrubado no plenário da Alerj. Seu conteúdo, porém, serve de base para que Cidinha não aceite apoiar a candidatura de Frossard. O documento aponta o envolvimento de Vasconcelos com servidores acusados ou demitidos do INSS por participação em fraudes.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a decisão sobre quem o partido vai apoiar só sairá na sexta-feira, mas ressaltou que as acusações vão influir. "Denúncias feitas por Cidinha têm que ser levadas em consideração", alegou Lupi.

Vasconcelos disse que Cidinha não conseguiu provar nada contra ele. "Renunciei à superintendência do INSS porque não concordava com as irregularidades que aconteciam lá. Mas é uma decisão legítima da deputada".

Candidata tem Heloísa Helena no coração

Ainda irritada com a aliança de Geraldo Alckmin (PSDB) com o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB), a candidata ao governo do estado Denise Frossard (PPS) recebeu telefonema da senadora Heloísa Helena ontem, durante visita à Região Serrana. A conversa pode significar possível apoio da candidata derrotada do PSOL à Presidência. A deputada, porém, negou qualquer aliança. "Eu adoro a Helô. A gente sempre conversa. A flor anda de baby-doll no meu coração", disse, para mostrar o quanto a senadora é querida.

Frossard retirou ontem o apoio a Alckmin. "Ele definitivamente não gosta do Rio. Retiro meu apoio a ele, que agora não está mais autorizado a usar minha imagem", anunciou, categórica. Com o livro 'Mário Covas: A Ação Conforme a Pregação' nas mãos, a deputada citou a aliança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com Paulo Maluf (PP), criticada por Covas.

"Covas deve estar se revirando no túmulo", alfinetou. A candidata informou que não apoiará Lula. "Vou votar nulo", afirmou.

PDT: reunião decisiva amanhã

A deputada Cidinha Campos (PDT) vai comparecer à reunião da Executiva do PDT, amanhã, para defender que seu partido não apóie a candidatura de Denise Frossard. "A candidata sabe que existe esse relatório produzido pela CPI que aponta o seu coordenador (Jackson Vasconcelos) como provável envolvido com as fraudes na Previdência Social", explicou Cidinha.

Segundo a deputada, quando o PPS e o PDT mantiveram conversas para uma possível fusão, há dois anos, cópia do relatório, repleto de acusações contra Vasconcelos, foi entregue a lideranças do PPS, inclusive Frossard. "Até a realização do primeiro turno, era esse homem que coordenava e pedia dinheiro para a campanha dela. A parte financeira é de sua responsabilidade", criticou Cidinha.

Entre as informações contidas no documento, está a acusação de que Vasconcelos teria nomeado diversos servidores, que, posteriormente, teriam sido acusados de corrupção.

Indicação do PFL

O relatório também aponta a suposta participação de Vasconcelos em organização não-governamental que teria como sócios servidores investigados e acusados de fraudes no INSS. Na época, as investigações mostraram que o atual coordenador de campanha de Frossard foi indicado para o cargo pela bancada federal do PFL.

Cidinha disse que, caso seu partido decida pelo apoio à candidatura de Frossard, vai se manter em silêncio e não participará. "Existem coisas que são fundamentais na vida. Eu sempre investiguei as fraudes no INSS. Não posso agora apoiar uma candidata que tem como arrecadador um homem suspeito de participar dessas irregularidades", ressaltou a deputada.

O DIA publicou uma série de reportagens sobre as fraudes cometidas em postos do INSS no Rio. O rombo atingia R$ 99 milhões. A série provocou intervenção branca do Ministério da Previdência na Superintendência do Rio.





Fonte: O Dia

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