Compra de votos: A velha nova modalidade ganhou força
O poder de influência que os shows-micio tinham sobre o eleitor, acabou. A proibição do uso de camisetas inviabilizou a contratação dos cabos eleitorais, que na verdade é uma compra de votos legalizada, mas mesmo assim se viu nas ruas milhares de pessoas empunhando bandeirolas de “seus candidatos”, durante um dia todo, expostas a um sol escaldante. As novas regras provocaram uma eleição, diferente. A expectativa de eleitores mais esclarecidos é a de que o TSE possa apertar ainda mais o cerco, proibindo contratação de cabos eleitorais, passeatas, carreatas, bandeirolas, e etc, permitindo apenas a confecção de santinhos e a exibição do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão, como forma de igualar o processo.
Mas diante do que foi feito nestas eleições, mesmo com o empenho da Justiça Eleitoral, Policia Militar, Civil e etc, não se conseguiu coibir a compra de votos, esta modalidade se fortaleceu e o que se viu em todos os municípios do estado, foi um investimento maciço na compra da consciência dos eleitores inconscientes. Centenas foram presos em todo o estado, inclusive candidatos a deputado estadual e seus lideres políticos, de posse de dinheiro, que supostamente estariam sendo usados na compra de votos.
Passadas as eleições, o que se houve nas ruas, principalmente das cidades pequenas, é que “fulano recebeu tanto de tal candidato” ou que “Cicrano recebeu de dois candidatos no dia das eleições”.
Tomando por base, a cidade onde resido, Nortelândia, foi visível a compra de votos, filas se formaram e ainda hoje, há comentários de que este ou aquele não recebeu pelo combinado. Houve tumulto na casa de autoridades e outros ainda reclamam pelas ruas que não receberam valores que não ultrapassam R$ 30 reais – valor que valeu cada voto – o que demonstra claramente que será preciso mais rigidez na fiscalização das eleições com o propósito de proibir esta atividade.
Os responsáveis por isso, são os deputados que se não são, se transformarão rapidamente em integrantes de quadrilhas como sanguessugas, mensalão e outras que existem e ainda não foram descobertas, para formar caixa para disputar outras eleições e se manterem no poder.
Na verdade sinto pena daqueles que venderam a arma mais importante que possuem para mudar a situação em que vivem e continuarão se transformando em miseráveis, sem educação, moradia, saúde e condições de vida digna para si e seus filhos.
* Edivaldo de Sá é Acadêmico do Curso de Direito em Diamantino, Radialista e Jornalista.
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