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Politica Brasil
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 15:25

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O destino aos petistas que participaram da tentativa de compra de um dossiê contra tucanos foi discutido nesta quarta-feira na primeira reunião encabeçada pela ex-prefeita Marta Suplicy, nova coordenadora da campanha paulista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As opiniões dos participantes do encontro, que reuniu parlamentares e prefeitos da sigla, variaram desde a expulsão pura e simples dos envolvidos ao julgamento pelo Conselho de Ética da legenda.

Nos dois casos, a solução deve ocorrer antes do final do segundo turno das eleições presidenciais, em uma forma de dar uma resposta à sociedade sobre o escândalo que contribuiu para barrar a vitória do presidente Lula no primeiro turno. Até 15 de setembro, quando estourou o caso, as pesquisas indicavam a reeleição de Lula no domingo passado.

"Acredito que, havendo provas, têm que ser expulsos imediatamente os envolvidos", disse a jornalistas o deputado federal reeleito, José Eduardo Cardozo, após a reunião realizada em um hotel de São Paulo.

Para o parlamentar, a expulsão é a atitude mais acertada para recolocar o PT no caminho da ética. "Um partido que defende a ética na sociedade não pode transigir com a ética internamente", completou.

Mais moderada, Marta Suplicy declarou que "tudo tem que ser apurado e depurado".

"Temos que pensar com calma como vamos proceder internamente no partido. Agora, o mais importante é que a polícia investigue", disse a nova coordenadora.

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu a análise do episódio pela Comissão de Ética.

"O partido discutirá e vai tomar suas decisões", disse o ministro, que seguiu para Brasília onde vai pedir ao presidente Lula afastamento do cargo para se engajar mais profundamente na campanha.

BERZOINI E MERCADANTE

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que deixou o comando geral da campanha de Lula em função do dossiê, e o senador Aloizio Mercadante, candidato derrotado ao governo paulista, que poderia se beneficiar com o dossiê, receberam tratamento diferenciado.

"Não podemos ser injustos nem precipitados. Aqueles contra os quais existe prova concreta de transgressão ética nós temos que ser rigorosos, mas as pessoas que não têm qualquer evidência ou indício de participação são companheiros que têm que ser tratados com o mais absoluto respeito", disse Cardozo.

Mas há petistas, como o deputado eleito Jilmar Tatto, aliado de Marta, que defendem a renúncia de toda a direção partidária em função do caso.

Estavam na reunião os deputados reeleitos João Paulo Cunha e José Mentor, acusados de envolvimento no caso do mensalão, e o ex-presidente do PT José Genoino, também eleito no domingo. Genoino evitou a imprensa enquanto João Paulo afirmou que o partido em São Paulo deve buscar o voto da classe média, que está "ressentida" com o PT.

Os petistas envolvidos na compra do dossiê abortada pela Polícia Federal são Hamilton Lacerda (ex-coordenador da campanha de Mercadante), Jorge Lorenzetti (ex-sindicalista e ex-integrante da campanha de Lula), Osvaldo Bargas (ex-sindicalista e ex-secretário do Ministério do Trabalho), Valdebran Padilha (empresário que teve sua filiação suspensa do PT), Gedimar Passos (ex-policial federal, trabalhava no comitê de Lula) e Freud Godoy (ex-assessor especial da Presidência).

ALVOS CONTRA ALCKMIN

Marta, que aceitou o convite feito pelo presidente Lula na terça-feira, enumerou os principais temas que serão explorados na campanha contra o adversário tucano Geraldo Alckmin em São Paulo: gestão da Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), a escalada da violência no Estado e a aliança de Alckmin com a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, e o ex-governador Anthony Garotinho, ambos do PMDB.

Ela tem a missão de reverter a alta votação de Alckmin no Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, onde o tucano teve 3,8 milhões de votos a mais que Lula.





Fonte: Terra

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