Crise política não desmotiva eleitorado de exercer o voto

No último domingo, 1º de outubro, 390.654 eleitores mato-grossenses deixaram de ir às urnas. Esse total representa 20,13% do eleitorado do Estado, que é de 1.940.270. Apesar da crise política, o percentual de abstenção deste pleito foi menor do que o registrado nas eleições gerais de 2002, quando 22,16% do eleitorado abdicou do seu direito de escolher seus representantes políticos.

Além dos eleitores ausentes, há também os que votaram em branco ou anularam seu voto. Das cinco funções disputadas, o cargo de senador é o que recebeu o maior percentual de nulos e brancos: 17,57%, ou seja, dos que compareceram à urnas, 272.390 não deram seu voto a nenhum dos sete candidatos que concorreram. Esse percentual é semelhante ao registrado na eleição de 2002, quando 17,66% votaram em branco ou nulo. A diferença é que naquele pleito eram duas vagas para o Senado.

O cargo de deputado federal, um dos mais atingidos pela crise política, embora tenha um índice de brancos e nulos inferior ao de senador, aumentou, se comparado ao pleito de 2002. No domingo, 7,38% dos eleitores (114.321) votaram em branco ou anularam o voto para deputado federal. Já em 2002, esse índice foi de 5,52%.

Para deputado estadual, o índice de brancos e nulos também aumentou, passando de 5,03% para 6,54%. Isso significa dizer que 101.284 pessoas não votaram em ninguém para deputado estadual, número que poderia mudar consideravelmente o quadro de parlamentares eleitos, já que o deputado mais votado obteve 82.799 votos e o que conseguiu entrar com menos votos recebeu 11.329.

Dos que foram às urnas, 138.455 não votaram para governador. Esse total representa 8,93% do total. Diferentemente das eleições proporcionais, no entanto, esse percentual de brancos e nulos não seria suficiente para mudar o resultado do pleito, já que o governador Blairo Maggi (PPS) foi reeleito com 65,39% dos votos. Em 2002 esse índice foi de 9,21%.

No caso da disputa presidencial, o índice de brancos e nulos foi praticamente o mesmo da eleição anterior, 6,96%. Em 2002 foi de 6,97%.

VOTOS DE LEGENDA – Os votos de legenda, aqueles que são depositados em favor do partido e não de um candidato específico, somaram 112.845, ou 7,86%, para deputado federal e 138.386, ou 9.55% dos destinados aos concorrentes a uma das 24 vagas da Assembléia Legislativa.