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Meio Ambiente
Quarta - 04 de Outubro de 2006 às 01:19

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As medidas da camada de ozônio tomadas pela Agência Espacial Européia (AEE) na região do Pólo Sul revelaram uma perda de 40 milhões de toneladas de ozônio nesta segunda-feira, ultrapassando o recorde de 39 milhões de toneladas de perda registrados em 2000.

O índice de perda do ozônio é registrado a partir das medidas da área e da profundidade do buraco na camada, fornecidas pelo satélite Envisat.

O tamanho do buraco na camada de ozônio em 2006 é de 28 milhões de quilômetros quadrados, quase tão grande quanto a extensão recorde registrada em 2000.

Uma unidade Dobson é a uma unidade de medida que descreve a densidade da camada de ozônio em uma coluna diretamente acima do local onde está sendo feita a análise.

O valor de 100 unidades Dobson compete com os baixos valores registrados em 1998.

A perda de ozônio de 2006 foi registrada devido ao fato destas duas medidas terem sido feitas durante o mesmo período de tempo.

Temperatura e sol

"Esta perda de ozônio exige temperaturas muito baixas na estratosfera combinadas com luz do sol. A grande perda de ozônio deste ano pode ser explicada porque as temperaturas acima da Antártica caíram aos níveis mais baixos na área desde 1979", afirmou o engenheiro atmosférico da AEE, Claus Zehner.

O ozônio forma uma camada protetora que se encontra a cerca de 25 quilômetros acima do nível do mar, na camada estratosférica da atmosfera, que funciona como um filtro para a luz solar, protegendo a vida na Terra dos raios ultravioletas, prejudiciais à saúde.

Na última década o nível de ozônio caiu cerca de 0,3% por ano em uma escala global, aumentando o risco de câncer de pele, catarata e significando risco também para a vida marinha.

A diminuição na camada de ozônio é causada pela presença de poluentes na atmosfera como cloro, que teve sua origem em poluentes fabricados pelo homem como os clorofluorcabonos (CFCs), que ainda não desapareceram do ar apesar de terem sido proibidos pelo Protocolo de Montreal, firmado em 1987.

Durante o inverno, a massa atmosférica acima do continente Antártico é mantida isolada das trocas com o ar circulando em latitudes mais centrais, por ventos prevalentes conhecidos como o turbilhão polar. Este fenômeno leva a temperaturas muito baixas, e no frio e escuridão contínuos desta estação, são formadas nuvens polares estratosféricas que contém cloro.

Com a chegada da primavera na região, a combinação da volta da luz do sul e da presença destas nuvens leva a uma separação dos compostos de cloro em radicais altamente reativos ao ozônio, o que quebra moléculas de ozônio em moléculas individuais de oxigênio. Uma única molécula de cloro tem o potencial de quebrar milhares de moléculas de ozônio.

O buraco na camada de ozônio, reconhecido pela primeira vez em 1985, tipicamente persiste até novembro ou dezembro, quando os ventos que cercam o Pólo Sul enfraquecem, e o ar pobre em ozônio dentro do turbilhão polar é misturado com o ar rico em ozônio fora do turbilhão.

O Envisat, o maior satélite de observação da terra já construído, pode localizar redução de ozônio e localizar suas mudanças, o que possibilita uma avaliação rápida da radiação UV e também fornece previsões.





Fonte: BBC Brasil

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