Lula recebe governadores aliados e busca apoios no PMDB
Além de Wagner, vão participar do encontro os petistas Marcelo Déda (SE), Binho Marques (AC) e Wellington Dias (PI), além de Cid Gomes (CE), do PSB, e Eduardo Braga (AM), do PMDB.
"Outros governadores do PMDB podem participar, mas não estou seguro porque não sou eu que estou fazendo os convites", acrescentou o ex-ministro, que esteve com Lula no Planalto para se incorporar à campanha da reeleição no segundo turno.
Lula também busca apoio dos governadores do PMDB Paulo Hartung (ES) e Marcelo Miranda (TO), reeleitos no domingo, e tentará uma aproximação com André Puccinelli, que derrotou o petista Delcídio Amaral em Mato Grosso do Sul.
"O apoio do PMDB é fundamental e vamos tentar ampliá-lo ao máximo", disse Jaques Wagner a jornalistas. Ele não definiu ainda que papel terá na coordenação da campanha, que também recebeu de volta Ciro Gomes (PSB), vitorioso no Ceará.
"Não haverá mudanças na coordenação, que funciona bem, mas vamos trazer sangue novo, que estava concentrado nas eleições estaduais e agora pode concentrar toda energia na campanha presidencial", disse a jornalistas.
O ex-ministro confirmou que Lula não vai se licenciar do cargo durante o segundo turno. O próprio Lula havia dito a jornalistas, na segunda-feira, que vai continuar "trabalhando como presidente durante a semana e viajando como candidato nos finais de semana".
"NUMEROLOGIA"
Jaques Wagner disse aos jornalistas que a campanha de Lula no segundo turno vai se concentrar na comparação entre o governo atual e o anterior, do tucano Fernando Henrique Cardoso.
"A situação melhora para o presidente Lula no segundo turno porque a disputa entre dois candidatos vai trazer para a cabeça do eleitor a escolha entre dois projetos políticos, o nosso e o do FH, que Alckmin representa", afirmou. "Toda a numerologia dos governos mostra que Lula tem larga vantagem nesse tipo de confronto", acrescentou.
O ex-ministro da Coordenação Política disse ainda que Lula espera receber os votos de eleitores de Heloísa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) na segunda rodada. "São eleitores muito mais próximos do nosso projeto do que do Alckmin", afirmou. "São pessoas que nos criticaram por que achavam que pisamos pouco no acelerador das transformações, não porque apóiam o projeto do PSDB."
DOSSIÊ
Afinado com o discurso de Lula, Jaques Wagner criticou os petistas que se envolveram na compra do chamado "dossiê dos sanguessugas" e pediu apuração rápida do escândalo.
"Eles tentaram armar e caíram numa armação, o que não tira a culpa de quem se meteu com esse tipo de prática baixa da política", disse.
O ex-ministro acrescentou, no entanto, que o envolvimento dos petistas não significa que o PSDB possa se apresentar como "campeão da ética" na disputa eleitoral.
"Eles (tucanos) não têm autoridade moral para criticar o governo do PT, porque no governo deles não deram bom exemplo de combate à corrupção, engavetando inquéritos e impedindo CPIs", afirmou.
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