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Cidades/Geral
Terça - 03 de Outubro de 2006 às 13:46

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Os corpos do comandante Decio Chaves Junior e o do co-piloto Thiago Jordão Caruso, profissionais responsáveis pela condução do vôo 1907, que caiu em uma região de mata fechada em Mato Grosso na última sexta-feira (30), foram encontrados nesta terça-feira, conforme nota divulgada pela própria companhia aérea.

Na nota, o vice-presidente técnico da empresa, comandante David Barioni Neto, disse ter "certeza absoluta de que fizeram tudo que era possível para salvar a vida de todos os que estavam a bordo do vôo 1907". De acordo com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os corpos dos dois profissionais foram achados dentro da cabine do avião.

Na segunda-feira (2), a FAB (Força Aérea Brasileira), que comanda as operações de busca e resgate dos corpos dos 155 ocupantes do Boeing 737-800, disse ter encontrado cerca de 100 deles na cauda do avião. Grande parte deles foi mutilada. Para chegar ao local, que é de difícil acesso, as equipes tiveram que abrir uma clareira e descer em pára-quedas.

Militares que estiveram no local do acidente são unânimes em dizer que a destruição foi enorme. No domingo (1º), a área em que as buscas serão realizadas foi aumentada de 10 quilômetros quadrados para 20. O resgate dos corpos deverá durar ao menos uma semana.

Somente dois corpos --mutilados-- haviam sido comprovadamente resgatados e armazenados, até esta terça-feira. catalogados, ensacados e enviados de helicóptero para base da FAB montada na fazenda Jarinã, a cerca de 40 km do local da queda do Boeing. Os corpos são mantidos em caminhões frigoríficos e seguirão de helicóptero para Brasília (DF).

Para o diretor do IML de Brasília, José Flávio de Souza Bezerra, que ficará responsável por identificar as vítimas do acidente aéreo, os trabalhos poderão durar até dois anos. Nesta terça, o pai de uma moça morta no desastre, João Mendes Rezende, emocionou-se ao falar sobre o resgate e lamentou a provável demora. "Esperamos que o governo seja o mais ágil possível para aliviar o sofrimento de todos os familiares."

Investigação

O Boeing, que havia saído de Manaus com destino ao Rio, deveria fazer uma escala em Brasília. Ele perdeu contato por volta das 17h de sexta, depois de bater em um jato executivo Legacy fabricado pela Embraer. Os destroços do avião foram encontrados por volta das 9h de sábado, em uma área de mata, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT).

O choque provocou danos na asa do jato Legacy, que conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo. A aeronave seguia para os Estados Unidos com sete pessoas --piloto, co-piloto, dois funcionários da Embraer, um jornalista do "The New York Times" e dois funcionários da Excel Aire, empresa que comprou o jato. Todos passam bem.

Em depoimento prestado domingo, os pilotos --que são americanos-- disseram que não viram o Boeing, embora tivessem sentido um pequeno impacto e ouvido um "barulho". Afirmaram, ainda, que os equipamentos da aeronave funcionavam normalmente antes e depois do acidente.

De acordo com o presidente da Anac, o equipamento que sinaliza a presença de outra aeronave em rota de colisão, o chamado TCAS, funcionava normalmente no Legacy.

Para a Polícia Civil de Mato Grosso, a versão dos dois profissionais "soou inverossímil" e há hipótese de homicídio culposo. Neste caso, o piloto e o co-piloto do Legacy e os controladores de tráfego aéreo poderiam ser responsabilizados.

Tanto as caixas-pretas do Legacy quanto do Boeing foram localizadas e estão sendo submetidas a análises. Espera-se que os registros revelem quais problemas provocaram o choque entre as duas aeronaves e a queda.





Fonte: Folha Online

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