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Politica Brasil
Terça - 03 de Outubro de 2006 às 10:13

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Apesar de ter se transformado em uma das principais ''zebras'' da eleição deste ano, o empresário Guilherme Afif Domingos (PFL) diz que ele próprio não se surpreendeu com o resultado das urnas. Ex-deputado federal e ex-candidato à Presidência da República, o empresário atingiu a marca de 43,7% dos votos no domingo. Com isso, acabou perdendo para o favorito Eduardo Suplicy (PT) por pequena margem, de pouco mais de 700 mil votos, contrariando todas as previsões.

A avaliação que Afif faz desse cenário é que os institutos de pesquisa foram incapazes de demonstrar o real cenário que havia se formado na eleição para o Senado. "Não foi surpresa para mim", disse. "O que foi surpresa foi o que os institutos de pesquisa fizeram."

O empresário, que caracterizou as previsões feitas para a eleição no Senado como um "verdadeiro desastre", contou que na manhã do dia da eleição tinha apenas 23% das intenções de voto.

Pouco mais de uma semana antes da ida às urnas, a diferença entre ele e Suplicy era ainda maior, segundo as pesquisas, ajudando a alimentar a expectativa de que o petista venceria a disputa com ampla margem sobre qualquer adversário. No dia 22 de setembro, dados divulgados pelo Ibope mostravam Afif com apenas 16% das intenções de voto. Suplicy, por sua vez, acumulava 42% da preferência do eleitorado paulista.

Dificuldade

Mas Afif não se restringiu a negar a surpresa com o resultado. Ele disse acreditar que poderia inclusive ter se saído melhor ainda nas urnas, se não fosse pelo fato de utilizar um número diferente dos demais membros da coligação à qual pertence.

"Eu só não tive mais votos por causa do problema do número", argumentou. Por pertencer ao PFL, o empresário tinha na urna o número 252, na disputa para o Senado. Enquanto isso, o governador eleito, José Serra, e o candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin, disputaram com o número 45, do PSDB. Afif disse acreditar que, provavelmente, uma quantidade relevante de eleitores anulou o voto por engano, ao digitar 45 na hora de indicar sua escolha par o Senado, na tentativa de apoiar o candidato da coligação.

Com ou sem a perda de votos, Afif não se mostrou desconfortável com a derrota. De acordo com ele, a performance da coligação PSDB-PFL na disputa foi um sucesso. O motivo disso está em um único fator, na sua avaliação: o esforço conjunto de todos os partidos envolvidos e de seus integrantes. O resultado disso, segundo Afif, foi uma "campanha solidária". "O trabalho que todos nós fizemos foi realmente impecável", afirmou.

Planos

Mesmo tendo perdido a eleição, Afif garantiu que seu plano imediato não envolve qualquer tipo de afastamento da política no momento. O empresário explicou que, por enquanto, vai dedicar todo o tempo disponível para ajudar Geraldo Alckmin na disputa do segundo turno das eleições contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A partir de já, o único projeto que tenho é ajudar o Geraldo", afirmou. "Todos nós vamos ajudá-lo", emendou. E o empenho na política deve continuar depois de terminada a eleição, quando Afif pretende retornar à presidência da Associação Comercial do Estado de São Paulo (ACSP). A idéia, segundo ele, é dar início a uma "ampla mobilização em favor do voto distrital".

Em uma referência à discussão em torno da necessidade de uma reforma política, Afif disse que o Brasil corre o risco de o Congresso Nacional ser invadido pelo "crime organizado". "É mobilização pelo voto distrital urgente", afirmou o empresário.





Fonte: G1

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