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Politica Brasil
Terça - 03 de Outubro de 2006 às 01:18

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A campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno será ser mais agressiva, citando as denúncias de corrupção envolvendo o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, e irá priorizar, nas negociações de alianças, o apoio formal do PMDB. Por sua vez, a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência definiu duas diretrizes principais, além da costura de alianças: investir no escândalo do dossiê e evitar a discussão dos oito anos de governo FHC.

Por outro lado, as duas campanhas terão algo em comum na etapa decisiva do pleito, conforme sinalizaram Lula e Alckmin: investir pesado no corpo-a-corpo, buscando votos pelo País, com auxílio das lideranças mais votadas de cada coligação no primeiro turno. Tanto Lula quanto Geraldo Alckmin usaram hoje a expressão "pé na estrada" para dar o tom de sua campanha.

As estratégias petistas de fazer uso das suspeitas contra a gestão FHC foram reveladas nesta segunda-feira à noite pelo ex-ministro e deputado federal eleito Ciro Gomes (PSB-CE), dono da maior votação proporcional do País nessas eleições, e pelo coordenador de campanha à reeleição de Lula, Marco Aurélio Garcia, que concederam entrevista após reunião de coordenação política no Palácio da Alvorada. Ciro afirmou que "a coalizão PSDB e PFL é responsável pelos mais graves escândalos impunes da história republicana brasileira" referindo-se à suspeita de compra de votos para aprovar a reeleição de FHC e denúncias de irregularidades envolvendo o processo de privatização.

Já a campanha tucana pretende justamente desvincular Alckmin da imagem do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), apresentando o candidato como um homem de "popostas", insistindo na tecla de que Lula é um postulante de "retrovisor", que não está preparado para discutir futuro. Uma das prioridades de Alckmin será aproveitar como principais cabos eleitorais os tucanos José Serra, eleito para o governo de São Paulo, e o governador Aécio Neves, reeleito em Minas Gerais com uma votação de 77%. Outra prioridade será intensificar a busca de votos no Nordeste, onde Alckmin tem seu pior desempenho e Lula, o melhor.

>"Temos a preocupação de fazer mais campanha no Nordeste. Teve pouca campanha em Pernambuco e na Bahia. Onde teve campanha, teve disputa", analisou o deputado Roberto Freire (PPS-PE), um dos conselheiros da campanha de Alckmin.

O coordenador de Lula, Marco Aurélio Garcia, focou nas estratégias de alianças, se dizendo "otimista" em conquistar o apoio do PMDB. Ele sinalizou que também pretende procurar "outras forças que se comprometam a levar adiante o processo de transformação social e impedir o retrocesso social, político e econômico que uma vitória de Geraldo Alckmin representaria".

Ciro, que vai participar intensamente da campanha neste segundo turno, bem como o ex-ministro Jaques Wagner, eleito governador em primeiro turno na Bahia, voltou a contestar o uso político da oposição do caso do dossiê.

"Não é ético aproveitar escândalos para criticar um candidato", disse. "Irregularidades como essas merecem severa apuração, sejam praticadas por quem for, mas não é correto que se use disso para manipular consciências". Ciro também se queixou da imprensa, "em parte facciosa", segundo ele.




Fonte: Terra

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