Beastie Boys vem ao Brasil ainda com energia juvenil
Grande bobagem. O grupo que ajudou a popularizar o hip hop nos anos 80 segue inovando como nunca. Uma prova é o recém-lançado "Awesome, I fuckin' shot that", em que 50 fãs com uma câmera na mão e um show dos Beastie Boys na cabeça dão mostras de que é possível trazer novidades ao velho, conhecido e batido formato vídeo ao vivo. Outra evidência da relevância dos caras é a alta expectativa no Brasil pela apresentação nos próximos dias 29, no Rio, e 31 de outubro, em Curitiba, como uma das principais atrações do Tim Festival.
Mike D afirma, em entrevista ao G1, que os shows deverão ter mais cara de festival. "A gente não deve mostrar coisas novas porque em um evento como esse há milhares de pessoas que querem escutar essa ou outra faixa mais conhecida e não temos tanto tempo assim em um festival". O grupo, no entanto, já está escrevendo material novo para o sucessor do mais recente álbum, "To the 5 Borough" (2004).
"Assim esperamos [lançar o novo disco no ano que vem]. Mas nós não sabemos por agora que direção terá o novo trabalho", diz Mike D, que explica a forma de trabalhar entre o grupo. "Às vezes a gente toca a alguma coisa para o Money Mark [tecladista que acompanha o grupo], às vezes a gente se junta para discutir idéia em comuns que podem virar música".
"Isso também ocorre com as letras, a gente se reúne para ver as rimas de cada um e dar forma a elas de forma conjunta".
"Awesome, I fuckin' shot that"
A idéia de produzir um vídeo com a participação dos fãs começou a tomar forma quando os Beastie Boys xeretavam as mensagens nos fóruns de seu site oficial. "Havia posts sobre filmagens de um show nosso com a câmera de um telefone celular. Aí a gente pensou que seria legal ter cenas sob a perspectiva de pessoas do público. E multiplicamos esse conceito por 50 câmeras. A gente não sabia o que ia dar o que se tornou 'Awesome, I fuckin' shot that'", que já saiu em DVD nos Estados Unidos.
E já que a história é interação, Mike D. diz que acha interessante (apesar de confessar não estar muito por dentro) da idéia de Beck de estimular remixes das músicas de seu mais recentes disco, "The information" e transformar seu trabalho em uma espécie de obra aberta. "Algumas pessoas mencionaram o projeto, eu ainda não sei muito sobre isso, mas parece bom." E você se surpreende com os remixes que fazem de faixas dos Beastie Boys? "Bom, às vezes eu queria me surpreender mais com as versões".
Sobre essa nova era da música, ele se mostra, por exemplo, entusiasmado com o que vê no YouTube, mas ao mesmo tempo levanta dúvidas quem está lucrando sobre quem nessa brincadeira toda.
"A quantidade de coisas que encontramos num site como esse é incrível, e é uma ferramenta em que você pode disponibilizar seu material sem depender de um grande meio como uma gravadora. Mas ao mesmo tempo os sites estão ganhando com publicidade através dos trabalhos de outra pessoas. É isso que eu queria dizer: precisamos pensar em uma forma para ficar bom para todos. Acho ótima a idéia de fazer um vídeo para cada música do próximo álbum ou algo do tipo e colocar no YouTube, mas são eles que estão ganhando".
Enquanto os beasties se batem com a nova era da indústria musical, eles continuam fazendo valer sua voz. Antes do Brasil, o principal compromisso é nesta quarta-feira (4) onde eles fazem uma apresentação em prol dos animais sem teto de Nova York. Depois é só alegria para nós.
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