Astrônomos apresentam evidência de vampirismo estelar
"Esta é a primeira detecção de uma assinatura química que aponta para um cenário específico de formação das chamadas estrelas ´blue stragglers´ (errantes azuis) num aglomerado globular", disse Francesco Ferraro, do Departamento de Astronomia da Universidade de Bolonha, e principal autor do artigo sobre os resultados.
As errantes azuis são estrelas jovens encontradas, inesperadamente, em agregados como s aglomerados globulares, conhecidos por ser formados de estrelas mais velhas. Acredita-se que esses objetos enigmáticos sejam criados, ou por colisões estelares diretas, ou pela evolução e fusão de sistemas estelares binários, onde uma estrela "suga" material da outra, rejuvenescendo no processo.
Os astrônomos do ESO mediram a abundância de elementos químicos na superfície de 23 errantes azuis no aglomerado globular 47 Tucanae. A descoberta de que seis dessas errantes contêm menos carbono e oxigênio que a maioria das demais. A anomalia indica que o material na superfície das errantes vem do interior de uma "estrela-mãe". Esse material só poderia chegar à superfície da errante durante uma transferência de massa entre duas estrelas de um sistema binário.
No núcleo de um aglomerado globular, estrelas encontram-se extremamente próximas: mais de 400 são encontradas no cubo de um ano-luz de lado que é 47 Tucanae. Assim, colisões entre estrelas devem ser freqüentes, e a colisão deveria representar um modo eficiente de produção de errantes azuis. A assinatura química detectada mostra que a hipótese alternativa, da transferência de massa por "vampirismo", também encontra-se ativa.
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