Reunião faz balanço dos erros na campanha à reeleição de Lula
A discussão em torno do debate fez parte do balanço feito, ontem, por ministros de Lula e assessores de sua campanha à reeleição que foram ao Alvorada e acompanharam a apuração junto com o presidente. Lula chegou a Brasília às 13 horas de ontem e foi direto para o Alvorada. Foram ao Alvorada, Gilberto Carvalho (chefe de gabinete), Tarso Genro (Coordenação Política), Dilma Rousseff (Casa Civil), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Guido Mantega (Fazenda) além do vice-presidente José Alencar e dos assessores especiais Clara Ant e Cezar Alvarez.
A ausência de Lula no debate da TV Globo também pesou na reta final, na opinião de aliados de Lula, que ouviram de muitos eleitores críticas à ausência do presidente que, segundo avaliavam, poderia ter destruído Alckmin no embate da TV. " Estávamos na reta final, com tudo ganho, não precisávamos dessa turbulência. Quanto menos barulho, melhor para nós " , lamentou o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo (SP).
Um assessor influente na campanha disse que, mais do que a ausência, pesou a demora na definição se Lula iria ou não participar ao debate da TV Globo. " Foi uma trapalhada. A gente ainda pode levar, apertado. Mas essa eleição deixou claro que o eleitorado não vota mais apenas por conta de programas sociais " , disse o assessor de campanha.
Tarso Genro afirmou que o comando do campanha e o governo ficaram " felizes " com o resultado. " Gostaríamos de ter vencido no primeiro turno, mas agora será colocado um debate de projetos: um que esta em exercício e outro que foi testado durante oito anos. Foi uma diferença muito pequena e Lula está feliz porque recebeu quase 50% dos votos nacionais " .
José Alencar também disse que a chapa vai intensificar a campanha, mas que Lula não deixará de exercer suas atividades presidenciais.
Mantega comentou a possibilidade de haver segundo turno ao chegar ao Alvorada. Na sua opinião, o dossiê Vedoin e a exposição das fotos do dinheiro na mídia prejudicaram a reta final da campanha de Lula. " São interferências das questões paulistas, mas elas vão se dissipar. Se formos de fato para o segundo turno, vamos com um capital político grande - quase 50% dos votos do eleitorado " .
O ministro da Fazenda manteve o otimismo, apostando na avaliação da população em relação aos quatro anos de mandato de Lula. " Fizemos um bom governo, a população reconhece os resultados positivos, no campo da economia e nos programas sociais " , declarou. Mantega não acha que Lula tenha " subido no salto alto " na reta final. " Em política, sempre existem sustos e os políticos têm que estar preparados para isso " , afirmou.
O presidente nacional do PSB, Roberto Amaral (RJ), acredita que o segundo turno será muito mais propositivo do que a " guerra ideológica do primeiro turno " . Aposta ainda na retomada da polarização esquerda-direita, o que poderia atrair para a seara petista os votos do P-SOL e do PDT.
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