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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 06:15

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Geraldo Alckmin tem um currículo político bem-sucedido: vereador, prefeito, deputado estadual, duas vezes deputado federal, vice-governador e governador do principal Estado do país. Ainda assim, foi bastante complicado conseguir a unção dos caciques do PSDB para disputar a Presidência.

E agora esse paulista de 54 anos duela com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um segundo turno tido como improvável até há poucos dias, conforme pesquisas eleitorais realizadas por alguns dos principais institutos do país.

Os colaboradores mais próximos, porém, contam que Alckmin nunca desistiu de brigar nesta disputa. "Ele tem uma determinação e uma obstinação impressionantes", descreve um de seus assessores de campanha mais próximos.

Além de Lula, outro adversário a ser vencido é a imagem de "político sem-graça" e pouco carismático, apontada por seus principais concorrentes e por parte da mídia, que ainda o chama de "picolé de chuchu".

Para reverter esse estigma, Alckmin assumiu de vez o apelido e, sem constrangimento, acabou provando "camarão com chuchu" no sambódromo do Rio de Janeiro um dia desses e "picolé de chuchu" durante um programa de TV.

Foi quando ele prometeu: "No meu governo o Brasil vai ter emprego pra chuchu (...) o Brasil vai crescer pra chuchu. Vai ser um governo que é um chuchuzinho."

Natural de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, Alckmin formou-se médico anestesista, mas começou a se afastar da área da saúde logo depois de entrar na faculdade.

Integrante do oposicionista MDB durante o regime militar (1964-1985) e de seu sucessor direto, o PMDB, Alckmin juntou-se a figuras políticas de peso, como Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, para fundar o PSDB em 1988.

Alckmin foi vereador e tornou-se prefeito de sua cidade natal com apenas 24 anos. Também foi deputado estadual e deputado federal, além de ter ocupado o cargo de presidente estadual do PSDB. De um total de 34 anos de vida pública, Alckmin passou mais de 11 anos no governo paulista, os seis primeiros como vice do "professor e amigo" Mário Covas, morto em 2001.

Assumiu o governo paulista e, em 2002, derrotou o petista José Genoino para ser eleito governador do Estado mais rico do país com 12 milhões de votos.

Católico -- tomou aulas de teologia no Palácio dos Bandeirantes com um líder da prelazia conservadora Opus Dei--, Alckmin é visto como pessoa afável, acessível, detalhista e aberto ao diálogo. "Sua decantada disciplina no trabalho não o torna um líder impessoal", afirma um de seus interlocutores. Mas nem a religião nem essa disposição ao diálogo significam que ele esteja disposto a aceitar tudo.

"O ex-governador não admite traição na política, não admite palavra não cumprida", diz o deputado estadual Edson Aparecido. "Ele tem muita dificuldade para lidar com isso."

Alckmin, segundo outros assessores próximos, é daquelas pessoas que acreditam que não basta apenas liderar ou mandar. "Mais do que tudo, para ele é preciso dar exemplo". Certa vez, o tucano, ainda governador de São Paulo, decidiu dar um passeio pelos jardins do Palácio dos Bandeirantes. Toda vez que ele encontrava uma bituca de cigarro, parava e a recolhia.

"Esse dia, ele jogou no lixo algumas dezenas de bitucas que, provavelmente, eram de cigarros fumados por guardas do palácio. Vendo o que o governador havia feito naquele dia, os seguranças nunca mais jogaram bitucas no jardim", conta esse interlocutor.

Casado com Maria Lucia Guimarães Ribeiro Alckmin, o ex-governador e agora candidato à Presidência tem três filhos: Thomaz, Sophia e Geraldo. Dos três, Sophia é a mais engajada na campanha do pai. Sempre que pode e que o pai pede, ela participa dos compromissos políticos do ex-governador.





Fonte: Reuters

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