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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 06:04

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SÃO PAULO - Consagrado nas urnas, o futuro governador de São Paulo, José Serra, deu um sentido ético a seu primeiro pronunciamento após a contagem dos votos. Disse que, no último domingo, a população declarou não às “tramóias” e sim à campanha limpa, à democracia, à pluralidade e à legalidade.

Serra tinha 57,9% dos votos válidos, com a quase totalidades das urnas apuradas - mais precisamente, 99,77% dos votos apurados. Seu adversário mais próximo, Aloizio Mercadante, tinha 31,7% dos válidos. Será o quarto mandato tucano seguido conquistado nas urnas - Mário Covas venceu em 1994, foi reeleito em 1998 e Geraldo Alckmin foi eleito em 2002.

Democracia, pluralidade e a legalidade O favoritismo de Serra se confirmou ainda antes de meia-noite, mas já era visível quando votou pela manhã, no colégio Santa Cruz. Acompanhado de Alckmin e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra foi aplaudido por eleitores e provocou confusão ao entrar e sair da seção eleitoral.

À noite, bastante emocionado, Serra deixou o palco em que fez o discurso da vitória chorando, depois de falar por 18 minutos. “Nosso povo disse sim àquele que respeita a democracia, a pluralidade e a legalidade. Disse sim à campanha limpa, a nossa biografia e propostas. E disse não às tramóias”, afirmou, sob aplausos dos cerca de 300 militantes e assessores que lotaram um espaço montado em Pinheiros, zona oeste da capital.

Primeiro governador do Estado a ser eleito no primeiro turno desde que o sistema foi adotado, em 1990 - façanha que o tucano tratou de destacar logo no início do discurso -, Serra agradeceu a população da capital, onde obteve vitória expressiva meses depois de largar o mandato de prefeito antes de cumprir a metade do mandato. “Quero agradecer ao povo da minha cidade porque soube entender não apenas as razões do meu afastamento, mas me proporcionou a maior vitória na maior cidade do Brasil.”

Colocando-se agora oficialmente como o defensor de São Paulo, o ex-prefeito prometeu usar todo o peso do seu cargo para defender os interesses da população paulista no cenário nacional.

Desenvolvimento social e econômico Serra prometeu fazer um governo popular, “voltado aos que mais precisam e mais vulneráveis”, dando sinais de que pretende realinhar o discurso tucano numa linha que faz contato com o eleitorado de Lula. “Esse será o mote do meu governo: voltado ao desenvolvimento social e econômico de São Paulo e do Brasil.” A tradução disso é que Serra será um governador preocupado com o emprego, como ele fez questão de destacar.

Cutucando o governo Luiz Inácio Lula da Silva, o próximo governador paulista disse que aprendeu lições com a vitória e a derrota: “Tenho um princípio: humildade na vitória e altivez na derrota sempre.” E emendou: “Vamos ter humildade porque o desafio de governar São Paulo é muito grande.”

Sempre engajado em críticas ao PT, contra quem Alckmin segue em campanha no segundo turno, Serra anunciou um governo sem “loteamento político” e disse que não vai formar “patotas” no palácio.

Serra lembrou que venceu o pleito em todas as regiões e classes sociais do Estado. Disse que vai fazer um governo para “todos os paulistas” e mencionou princípios republicanos que pretende seguir no poder. Fazendo ironia com quem diz que tem cara de antipático, ele assegurou: “Pelo menos tenho uma cara só”.




Fonte: Agência Estado

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