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PSDB perde o governo do Ceará depois de 20 anos
FORTALEZA (Reuters) - Depois de duas décadas no poder, o PSDB perdeu neste domingo o governo do Ceará para o candidato da oposição Cid Gomes (PSB), o que forçará uma reorganização dos tucanos no Estado natal do presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati.
Às 22h51, com 98,76 por cento dos votos apurados, Cid Gomes, candidato da coligação "Ceará vota para crescer" tinha 62,33 por cento dos votos válidos, contra 33,89 por cento do governador Lúcio Alcântara (PSDB), candidato à reeleição.
Cid Gomes, do PSB, conseguiu juntar nove partidos para apoiar sua candidatura, a primeira para o governo do Estado. Irmão mais novo do ex-ministro Ciro Gomes, que aparece como o deputado federal mais votado do país, Cid foi prefeito por duas vezes da cidade de Sobral, no Norte do Ceará.
A vitória de Cid impõe o afastamento de Lúcio Alcântara da cena política, mas Tasso Jereissati -- que não apoiou a candidatura de seu colega de partido -- acredita que o impacto sobre o PSDB não será tão devastador. "Existem aspectos positivos. O PSDB esteve estes 20 anos no poder e foi muito inflado por oportunistas, e dá uma purificada agora para voltar a ser o PSDB que era", afirmou o senador, pouco antes de votar na capital cearense.
"Vou trabalhar muito pelo partido aqui, tenho a impressão que vamos continuar sendo o maior partido do Ceará", acrescentou.
A campanha no Ceará, o oitavo colégio eleitoral do país, registrou uma virada entre os dois principais candidatos ao governo do Estado.
No início de agosto, as pesquisas indicavam vantagem de Alcântara, mas os desentendimentos entre o governador e Tasso contribuíram para que Cid, logo após o início do horário eleitoral gratuito, tomasse a dianteira na disputa.
O PESO LULA
O apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi fundamental para consolidar a dianteira de Cid Gomes na preferência dos 5,3 milhões de eleitores cearenses.
De acordo com os dados apurados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) Lula obteve mais de 70 por cento dos votos no Estado, enquanto seu principal adversário, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), ficou com pouco mais de 20 por cento.
"O peso Lula foi fundamental para a virada na campanha de Cid Gomes", reconheceu um dos coordenadores da campanha de Alcântara. Depois do rompimento com Tasso, o governador acabou tendo que tocar sua campanha sozinho.
"Fiz uma campanha enfrentando um conjunto de forças muito poderosas... Era uma questão de coerência com minha biografia, com minha vida, com a minha história, que não me permitia que eu aceitasse qualquer tipo de pressão para desertar das minhas responsabilidades políticas", afirmou o governador cearense no domingo.
Jereissati, que mantém uma relação muito próxima com o ex-ministro Ciro Gomes, queria que Alcântara disputasse uma vaga no Senado, e deixasse o caminho livre para Cid Gomes disputar o governo. Alcântara não aceitou a idéia e acabou lançando sua candidatura, o que irritou Jereissati e provocou o rompimento entre os dois tucanos.
PRÓXIMOS, MAS NEM TANTO Apesar da proximidade, Tasso descartou a possibilidade do PSDB participar do eventual governo de Cid Gomes. "Com certeza não se participa do governo... nem fui convidado para isso, nem é a intenção", disse o senador. Mas ele deixou claro que os tucanos não pretendem fazer uma oposição raivosa ao novo governador. "Nada de coisa sistemática que não se aprove ou não se ajude naquilo que for de interesse do Estado", garantiu.
Para Ciro Gomes, o governo de seu irmão vai inaugurar um novo período na política cearense. Com a apuração praticamente no fim, o ex-ministro totalizava quase 700 mil votos.
Outro ex-ministro do governo Lula, o cearense Eunício Oliveira (PMDB), também garantiu sua vaga na Câmara dos Deputados, com mais de 200 mil votos, de acordo com os dados do TRE local.
O Estado do Ceará era comandado pelo grupo de Jereissati desde 1986, grupo este que a partir de 1989 tornou-se o núcleo do PSDB cearense. Ele mesmo foi eleito governador três vezes durante este período. "A gente tem que se render diante da vontade do povo", já afirmava Tasso na tarde de domingo, antes mesmo do fim da votação.
O futuro de Lúcio Alcântara dentro do PSDB é uma incógnita. O governador não admite, por enquanto, deixar o partido. "Eu não estou cogitando no momento nenhuma mudança política", disse. Tasso deixou em aberto as perspectivas sobre o futuro do governador. "Isso depende dele", respondeu ao ser questionado se Alcântara deixaria o PSDB.
A apuração para o Senado indicava a vitória de Inácio Arruda (PCdoB), que apóia Cid Gomes, e aparecia com 52,26 por cento dos votos válidos, contra 45,88 por cento de Moroni Torgan (PFL), da coligação de Lúcio Alcântara.
Às 22h51, com 98,76 por cento dos votos apurados, Cid Gomes, candidato da coligação "Ceará vota para crescer" tinha 62,33 por cento dos votos válidos, contra 33,89 por cento do governador Lúcio Alcântara (PSDB), candidato à reeleição.
Cid Gomes, do PSB, conseguiu juntar nove partidos para apoiar sua candidatura, a primeira para o governo do Estado. Irmão mais novo do ex-ministro Ciro Gomes, que aparece como o deputado federal mais votado do país, Cid foi prefeito por duas vezes da cidade de Sobral, no Norte do Ceará.
A vitória de Cid impõe o afastamento de Lúcio Alcântara da cena política, mas Tasso Jereissati -- que não apoiou a candidatura de seu colega de partido -- acredita que o impacto sobre o PSDB não será tão devastador. "Existem aspectos positivos. O PSDB esteve estes 20 anos no poder e foi muito inflado por oportunistas, e dá uma purificada agora para voltar a ser o PSDB que era", afirmou o senador, pouco antes de votar na capital cearense.
"Vou trabalhar muito pelo partido aqui, tenho a impressão que vamos continuar sendo o maior partido do Ceará", acrescentou.
A campanha no Ceará, o oitavo colégio eleitoral do país, registrou uma virada entre os dois principais candidatos ao governo do Estado.
No início de agosto, as pesquisas indicavam vantagem de Alcântara, mas os desentendimentos entre o governador e Tasso contribuíram para que Cid, logo após o início do horário eleitoral gratuito, tomasse a dianteira na disputa.
O PESO LULA
O apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi fundamental para consolidar a dianteira de Cid Gomes na preferência dos 5,3 milhões de eleitores cearenses.
De acordo com os dados apurados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) Lula obteve mais de 70 por cento dos votos no Estado, enquanto seu principal adversário, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), ficou com pouco mais de 20 por cento.
"O peso Lula foi fundamental para a virada na campanha de Cid Gomes", reconheceu um dos coordenadores da campanha de Alcântara. Depois do rompimento com Tasso, o governador acabou tendo que tocar sua campanha sozinho.
"Fiz uma campanha enfrentando um conjunto de forças muito poderosas... Era uma questão de coerência com minha biografia, com minha vida, com a minha história, que não me permitia que eu aceitasse qualquer tipo de pressão para desertar das minhas responsabilidades políticas", afirmou o governador cearense no domingo.
Jereissati, que mantém uma relação muito próxima com o ex-ministro Ciro Gomes, queria que Alcântara disputasse uma vaga no Senado, e deixasse o caminho livre para Cid Gomes disputar o governo. Alcântara não aceitou a idéia e acabou lançando sua candidatura, o que irritou Jereissati e provocou o rompimento entre os dois tucanos.
PRÓXIMOS, MAS NEM TANTO Apesar da proximidade, Tasso descartou a possibilidade do PSDB participar do eventual governo de Cid Gomes. "Com certeza não se participa do governo... nem fui convidado para isso, nem é a intenção", disse o senador. Mas ele deixou claro que os tucanos não pretendem fazer uma oposição raivosa ao novo governador. "Nada de coisa sistemática que não se aprove ou não se ajude naquilo que for de interesse do Estado", garantiu.
Para Ciro Gomes, o governo de seu irmão vai inaugurar um novo período na política cearense. Com a apuração praticamente no fim, o ex-ministro totalizava quase 700 mil votos.
Outro ex-ministro do governo Lula, o cearense Eunício Oliveira (PMDB), também garantiu sua vaga na Câmara dos Deputados, com mais de 200 mil votos, de acordo com os dados do TRE local.
O Estado do Ceará era comandado pelo grupo de Jereissati desde 1986, grupo este que a partir de 1989 tornou-se o núcleo do PSDB cearense. Ele mesmo foi eleito governador três vezes durante este período. "A gente tem que se render diante da vontade do povo", já afirmava Tasso na tarde de domingo, antes mesmo do fim da votação.
O futuro de Lúcio Alcântara dentro do PSDB é uma incógnita. O governador não admite, por enquanto, deixar o partido. "Eu não estou cogitando no momento nenhuma mudança política", disse. Tasso deixou em aberto as perspectivas sobre o futuro do governador. "Isso depende dele", respondeu ao ser questionado se Alcântara deixaria o PSDB.
A apuração para o Senado indicava a vitória de Inácio Arruda (PCdoB), que apóia Cid Gomes, e aparecia com 52,26 por cento dos votos válidos, contra 45,88 por cento de Moroni Torgan (PFL), da coligação de Lúcio Alcântara.
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