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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 05:38

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SÃO PAULO (Reuters) - É uma data atípica, tanto pelos quatro anos de espera para o ato de votar e eleger, quanto pelas histórias pitorescas.

Os casos vão de índios que seqüestram mesários em troca de gasolina e comida até candidato que usa um jumento para chegar ao local de votação e eleitor que morre no momento do voto. Sem falar do inusitado nariz de palhaço e o eterno jeitinho contra a lei seca.

O seqüestro foi em Juruá, a mil quilômetros de Manaus. Além de apreender algumas urnas, os indígenas da tribo Colinas passaram a noite com sete pessoas, incluindo quatro mesários. Houve negociação com a Funai e, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, tudo estava resolvido pela manhã, sem ferimentos ou transtornos.

No Acre, o candidato a governador pelo PAN, Edvaldo Guedes, continuou a surpreender. Conforme o site do Jornal do Comércio, de Recife, ele foi montado em seu jegue Cafuringa até o lugar de votação. Ex-vereador na década de 1970, Guedes defende a mudança da sede do governo para sua residência, que ele avaliou, segundo a reportagem, em R$ 1 milhão na declaração de bens ao Tribunal Regional Eleitoral.

Em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, Jair Garcia de Freitas, de 79 anos, sofreu um ataque cardíaco e morreu enquanto digitava os números dos candidatos na urna eletrônica. Em entrevista à rádio CBN, o chefe da seção, Sérgio Luiz Versolato, afirmou que tudo aconteceu rápido. "Ele passou mal enquanto votava, fomos pedir ajuda, mas quando a polícia chegou, ele já estava morto". Segundo ele, os votos que Jair confirmou foram considerados válidos e os demais anulados.

Em outra região metropolitana, na de Belo Horizonte, mas também no noticiário policial, teve a técnica de apoio do TRE, Mara Martins de Mattos, que levou um tiro no pé de manhã, após tentar deter um assaltante que invadiu a escola onde funciona a zona eleitoral. O pior foi o susto, pois ela foi atendida e passa bem.

Na capital mineira, em Serra --que é um bairro elegante de Belo Horizonte-- um dos mesários da 35a zona eleitoral foi preso logo cedo pela Polícia Militar. Além de bêbado, ele portava uma garrafa de bebida alcoólica.

NARIZ DE PALHAÇO

Ainda em Belo Horizonte, a Justiça eleitoral abriu procedimento disciplinar contra cinco mesários, que usavam nariz de palhaço durante os trabalhos de votação na sede da PUC. A penalidade, entretanto, será definida por um tribunal com base na ocorrência da PM.

Um episódio mais divertido envolvendo o adereço foi vivenciado por Celso Vinícius Matarazzo, após a chegada do candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), que acompanhava sua mulher para votar no colégio Porto Seguro.

Usando o nariz de palhaço, Matarazzo brincou de sombra com o candidato tucano. "Ele foi acenando, eu acenava também, ele foi beijando as pessoas, eu beijava também." O eleitor deixou claro, porém, que não havia pretensão de desprestigiá-lo, apenas não queria deixar passar a oportunidade de "pressionar um candidato".

Manifestação contra político teve outro tom na capital alagoana. Auto-proclamado fã de Fernando Collor de Mello, o pernambucano Reinaldo Teles de Souza, de 37 anos, largou a caminhonete literalmente no meio da rua quando viu na entrada da escola em Maceió o ex-presidente que sofreu processo de impeachment.

"Eu sou doido por ele, voto de olho fechado, pena que eu não sou daqui, confio de olho fechado", disse Souza sobre a candidatura de Collor (PRTB) ao Senado. O carro abandonado no meio da via pública complicou o trânsito na região da praia de Pajuçara e seu motorista sequer conseguiu o intento de abraçar o ídolo. Os seguranças do político não permitiram.




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