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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 01:46

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Ao mesmo tempo que algumas figurinhas carimbadas garantiram a permanência no Congresso no próximo ano, líderes mais habituados ao Executivo também conquistaram espaço, sem falar de estreantes na política. Alguns caciques regionais, contudo, ficaram fora.

No Senado, parlamentares tradicionais, como Eduardo Suplicy (PT-SP) e o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), garantiram sua volta à Casa, mas tiveram dificuldade inesperada para conseguir mais oito anos de mandato.

Em contrapartida, a acusação de envolvimento no escândalo dos sanguessugas parece ter sido fatal para o senador Ney Suassuna (PMDB-PB). Ele perdeu a cadeira para o tucano Cícero Lucena.

Entre as caras novas, chegam à Câmara dos Deputados o ex-presidente Fernando Collor —que alcança o Senado pela primeira vez, eleito por Alagoas com o nanico PRTB—, o ex-governador Ciro Gomes e o apresentador de TV Clodovil.



Collor votou pela manhã em Alagoas e se disse ansioso para voltar à Brasília. "Eu sempre me dei muito bem com as pessoas de lá e não tenho preocupação nenhuma", afirmou.

Após um longo período longe de cargos legislativos, o ex-governador e ex-prefeito Paulo Maluf também volta à Câmara.

Na lista dos senadores com experiência no Executivo, Joaquim Roriz (PMDB) foi eleito pelo Distrito Federal e, em Goiás, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) obteve a vaga.

Entre os postulantes a uma vaga na Câmara dos Deputados, um dos destaques foi o desempenho abaixo do esperado do PT em três Estados em que a legenda costumava se sair melhor: São Paulo. Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Se em 2002 os petistas se destacaram com José Dirceu, em São Paulo, e com Patrus Ananias, em Minas, neste ano o partido não emplacou nomes entre os dez mais votados nos dois Estados. Em terras gaúchas, o petista mais votado ficou somente com a nona posição no geral.

As eleições deste domingo renovam 513 cadeiras na Câmara dos Deputados e um terço do Senado, o que corresponde a 27 dos 81 parlamentares da Casa.

CIRO E MALUF, CAMPEÕES DE VOTO

Entre os chegaram à Câmara, também há algumas figuras tradicionais da política brasileira, como Maluf (PP-SP) e os ex-ministros Ciro (PSB-CE) e Antônio Palocci (PT-SP).

Com mais de 730.000 votos e com a apuração em São Paulo quase no fim, Maluf caminhava para ser o candidato a deputado federal mais votado do Brasil.

Ao votar nesta manhã, o ex-governador declarou que acredita na inocência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Eu tenho plena consciência de que o Lula é um homem limpo e correto."

Já Ciro representará o Ceará na Câmara graças a uma votação esmagadora no Estado, pouco mais de 667.000 votos, número que deve lhe garantir o posto de segundo candidato à Câmara mais votado do país e campeão de votos pelo critério proporcional.

Ciro afirmou que vai representar seu Estado, mas continuará com sua cabeça "na questão nacional". "Estou no projeto nacional há 12 anos. Eu continuo militando na política do Brasil, agora em nome de uma fração importante da população do Ceará que me dá legitimidade", disse nesta manhã após votar.

Palocci caminha para ser o 25o deputado mais votado de São Paulo e deve ocupar a quarta cadeira das 15 que devem ser reservadas para a coligação PT-PCdoB no Estado. O petista mais votado em terras paulistas deve ser o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, que teve seu nome envolvido no escândalo do Mensalão.

Já o deputado Professor Luizinho, também acusado de envolvimento no Mensalão, e Angela Guadagnin, famosa por dançar em plenário para comemorar a absolvição de um colega, não estavam entre os 15 mais votados da aliança e não devem se reeleger.

Entre os parlamentares de primeira viagem, estão o apresentador e ex-estilista Clodovil, terceiro colocado nas apurações até o momento. Candidato pelo PTC, Clodovil deve levar na bagagem para Brasília um segundo membro da legenda.

Deputado mais votado do país em 2002, Éneas Carneiro caminhava para a reeleição, mas deve ser o único representante por São Paulo do Prona na Câmara, ao contrário do que aconteceu há quatro anos quando, com status de deputado federal mais votado da história do Brasil, arrastou consigo colegas de legenda que tiveram votações inexpressivas.




Fonte: Reuters

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