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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 01:45

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O comitê de campanha do presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT), localizado em um bairro da zona Sul da capital paulista, reuniu no domingo estrangeiros de várias nacionalidades que acompanharam passo a passo as apurações dos votos por um aparelho de TV permanentemente ligado. Havia desde observadores de partidos da esquerda latino-americanos a jornalistas da TV árabe Al-Jazeera. "As eleições mostram a democracia em ação", disse à Reuters Mohammed Alami, repórter da Al-Jazeera enviado a São Paulo pelo escritório de Washington.

Originário do Marrocos, ele contou que menciona os escândalos envolvendo o presidente Lula, como os casos do mensalão e do dossiê, mas sem entrar em detalhes. A equipe, que também acabou cobrindo a queda do Boeing 737 da Gol na sexta-feira, não deverá permanecer no Brasil para noticiar o segundo turno das eleições presidenciais.

Outro repórter que tem a missão de noticiar mais a atmosfera das urnas do que os escândalos é o francês Gilles Biassette, do diário católico La Croix (a cruz). Segundo o jornalista, o interesse da publicação recai apenas no petista.

"Lula é popular na França porque veio de baixo. Ele também não é contra os Estados Unidos, mas não é favor." Sobre o concorrente Geraldo Alckmin (PSDB), que disputará o segundo turno com Lula, disse que não fala dele porque "não há interesse até agora."

Também as legendas de esquerda só têm olhos para o petista. "Lula é referência como líder da América Latina. Creio que Lula representa a esquerda moderna, realista. Apesar dos erros cometidos, é um líder moderado", disse Saul Escobar, dirigente do PRD (Partido da Revolução Democrática), legenda que se diz "irmã do PT".

O PRD é a sigla de Andrés Manuel López Obrador, candidato derrotado nas recentes eleições mexicanas, após forte batalha judicial que acabou com a vitória do conservador Felipe Calderón por uma margem inferior a um por cento dos votos.

Questionado sobre condutas conservadoras do governo Lula, como as experimentadas na política econômica, Escobar disse que não é mais possível para a esquerda pensar em mudanças radicais e o que importa é estar do lado oposto ao neoliberalismo.

"É importante não termos na América Latina presidentes aliados totalmente com os Estados Unidos", pregou. Mas ponderou que também não se pode mais repetir as experiências da esquerda cubana ou a de Moscou.

Tomas Borge, da Frente Sandinista de Libertação Nacional, da Nicarágua, elogiou a lisura das apurações, mas apontou outro tipo de fraude.

"Se há fraude eleitoral é a campanha suja contra Lula por parte da direita e da mídia, apesar do respaldo popular do presidente", acusou.

Representantes da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional, de El Salvador, e de partido da esquerda da República Dominicana também acompanharam os resultados dos votos no comitê, onde todos permaneceram até cerca de meia-noite, quando a apuração apontou para um segundo turno.





Fonte: Reuters

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