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Primeiros números ampliam suspense após eleição tranqüila
Em uma eleição tranqüila, que não reproduziu a tensão entre oposição e governo vivida na reta final da campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua, após a divulgação da pesquisa de boca-de-urna do Ibope, sem saber se precisará disputar um segundo turno para ser reeleito.
A pesquisa apontou 50 por cento dos votos válidos para Lula e 50 por cento para a soma dos votos dos seus principais adversários.
A primeira parcial da apuração, pelo TSE, com 41,37 por cento dos votos apurados indica Lula com 46,79 por cento e Geraldo Alckmin com 43,36 por cento.
Foi uma votação sem paixão, bem diferente das outras quatro que a antecederam após a redemocratização do país, em 1985, o que refletiu um amadurecimento do eleitorado em relação ao processo eleitoral e também uma desilusão dos eleitores, principalmente os mais identificados com a esquerda, com os rumos do governo Lula.
Se nas áreas mais nobres de grandes centros urbanos, como o bairro dos Jardins, na capital paulista, houve protestos, como narizes de palhaço distribuídos aos eleitores, nas regiões menos favorecidas, o povo se apresentou para votar com animação.
No Jardim Ângela, região considerada uma das mais violentas da periferia de São Paulo, a eleição movimentou o bairro e o ânimo para votar era alto desde cedo. Mal as urnas foram abertas, as ruas já estavam cheias de gente andando com os títulos eleitorais nas mãos.
O zelador Cândido Neto, 44 anos, carregava um papagaio no ombro e afastava qualquer confusão entre sua ave e o tucano, ícone do PSDB. "Eu ainda sou PT", afirmou, mostrando convicção política. "A cada eleição a gente tem o direito de empregar e desempregar muitos. Acho que na última eleição fizemos isso de forma consciente".
A babá Hilária Andrade Carvalho, 29 anos, que acompanhava a amiga cearense Francisca Célia Simão, votaria em seguida, no vizinho Jardim Herculano, e se mostrava entre a definição e a desilusão. "Voto no PT inteiro, mas é tudo a mesma m....", comentou.
Nos Jardins ricos, o casal Sérgio Morisson, 30 anos, e Helga Ensina, 28, distribuía narizes de palhaço da iniciativa "Rir para não chorar". Com um rádio portátil tocando músicas na porta do Colégio Sagrado Coração de Maria, acabaram convidados a se retirar do local por policiais.
"É totalmente apolítico. É uma iniciativa contra a corrupção e contra toda essa palhaçada", protestou a publicitária Helga, aparentemente sem muita consciência do significado de seu ato.
LONGA INDEFINIÇÃO
Pontos de vista diferentes não resultaram em conflitos e a eleição transcorreu sem incidentes, com manifestações pacíficas e problemas pontuais em urnas eletrônicas.
O cenário de indefinição sobre um eventual segundo turno se manteve durante toda a votação, com cada candidato defendendo o seu interesse.
"Estou confiante que vamos vencer estas eleições hoje", disse Lula, logo após votar pela manhã, na Escola Estadual João Firmino, em São Bernardo do Campo, onde iniciou sua trajetória de líder metalúrgico, que evoluiu até levá-lo à Presidência da República.
Um pouco antes, Alckmin votou no colégio Santo Américo, no elegante bairro do Morumbi, em São Paulo, e afirmou que "Lula já teve sua chance e o Brasil não pode perder tempo... A ética vai vencer a corrupção. Vamos com absoluta confiança para o segundo turno", disse o candidato tucano.
A candidata do PSOL, Heloísa Helena, que foi expulsa do PT e ocupava a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto, votou às 8 horas torcendo contra Lula e o ex-presidente Fernando Collor, que disputa justamente a vaga por Alagoas no Senado, que a candidata está deixando.
"Eu espero que o Collor não se eleja, do mesmo jeito que eu espero que Lula não seja reeleito", afirmou Heloísa Helena a jornalistas no Colégio Antônio Vasco, em Maceió.
Outro coadjuvante da disputa presidencial, o candidato pelo PDT, senador Cristovam Buarque, disse estar confiante de que vai haver segundo turno, mas admitiu não ter chances e evitou dar pistas de quem sua legenda apoiaria neste caso.
"Eu estou absolutamente confiante de que vai haver segundo turno e repito: o Brasil precisa de um segundo turno. É bom para a democracia... Democracia começa com 'd' de debate", afirmou Cristovam a jornalistas após votar no Colégio Leonardo da Vinci, em Brasília.
O processo eleitoral foi permeado por denúncias de corrupção que atingiram em cheio o governo. Apesar do abalo em uma das principais bandeiras do PT, a defesa da ética, o presidente teve a seu favor os bons indicadores da economia e a política social, representada pelo Bolsa Família, que transfere recursos a 11 milhões de famílias.
A pesquisa apontou 50 por cento dos votos válidos para Lula e 50 por cento para a soma dos votos dos seus principais adversários.
A primeira parcial da apuração, pelo TSE, com 41,37 por cento dos votos apurados indica Lula com 46,79 por cento e Geraldo Alckmin com 43,36 por cento.
Foi uma votação sem paixão, bem diferente das outras quatro que a antecederam após a redemocratização do país, em 1985, o que refletiu um amadurecimento do eleitorado em relação ao processo eleitoral e também uma desilusão dos eleitores, principalmente os mais identificados com a esquerda, com os rumos do governo Lula.
Se nas áreas mais nobres de grandes centros urbanos, como o bairro dos Jardins, na capital paulista, houve protestos, como narizes de palhaço distribuídos aos eleitores, nas regiões menos favorecidas, o povo se apresentou para votar com animação.
No Jardim Ângela, região considerada uma das mais violentas da periferia de São Paulo, a eleição movimentou o bairro e o ânimo para votar era alto desde cedo. Mal as urnas foram abertas, as ruas já estavam cheias de gente andando com os títulos eleitorais nas mãos.
O zelador Cândido Neto, 44 anos, carregava um papagaio no ombro e afastava qualquer confusão entre sua ave e o tucano, ícone do PSDB. "Eu ainda sou PT", afirmou, mostrando convicção política. "A cada eleição a gente tem o direito de empregar e desempregar muitos. Acho que na última eleição fizemos isso de forma consciente".
A babá Hilária Andrade Carvalho, 29 anos, que acompanhava a amiga cearense Francisca Célia Simão, votaria em seguida, no vizinho Jardim Herculano, e se mostrava entre a definição e a desilusão. "Voto no PT inteiro, mas é tudo a mesma m....", comentou.
Nos Jardins ricos, o casal Sérgio Morisson, 30 anos, e Helga Ensina, 28, distribuía narizes de palhaço da iniciativa "Rir para não chorar". Com um rádio portátil tocando músicas na porta do Colégio Sagrado Coração de Maria, acabaram convidados a se retirar do local por policiais.
"É totalmente apolítico. É uma iniciativa contra a corrupção e contra toda essa palhaçada", protestou a publicitária Helga, aparentemente sem muita consciência do significado de seu ato.
LONGA INDEFINIÇÃO
Pontos de vista diferentes não resultaram em conflitos e a eleição transcorreu sem incidentes, com manifestações pacíficas e problemas pontuais em urnas eletrônicas.
O cenário de indefinição sobre um eventual segundo turno se manteve durante toda a votação, com cada candidato defendendo o seu interesse.
"Estou confiante que vamos vencer estas eleições hoje", disse Lula, logo após votar pela manhã, na Escola Estadual João Firmino, em São Bernardo do Campo, onde iniciou sua trajetória de líder metalúrgico, que evoluiu até levá-lo à Presidência da República.
Um pouco antes, Alckmin votou no colégio Santo Américo, no elegante bairro do Morumbi, em São Paulo, e afirmou que "Lula já teve sua chance e o Brasil não pode perder tempo... A ética vai vencer a corrupção. Vamos com absoluta confiança para o segundo turno", disse o candidato tucano.
A candidata do PSOL, Heloísa Helena, que foi expulsa do PT e ocupava a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto, votou às 8 horas torcendo contra Lula e o ex-presidente Fernando Collor, que disputa justamente a vaga por Alagoas no Senado, que a candidata está deixando.
"Eu espero que o Collor não se eleja, do mesmo jeito que eu espero que Lula não seja reeleito", afirmou Heloísa Helena a jornalistas no Colégio Antônio Vasco, em Maceió.
Outro coadjuvante da disputa presidencial, o candidato pelo PDT, senador Cristovam Buarque, disse estar confiante de que vai haver segundo turno, mas admitiu não ter chances e evitou dar pistas de quem sua legenda apoiaria neste caso.
"Eu estou absolutamente confiante de que vai haver segundo turno e repito: o Brasil precisa de um segundo turno. É bom para a democracia... Democracia começa com 'd' de debate", afirmou Cristovam a jornalistas após votar no Colégio Leonardo da Vinci, em Brasília.
O processo eleitoral foi permeado por denúncias de corrupção que atingiram em cheio o governo. Apesar do abalo em uma das principais bandeiras do PT, a defesa da ética, o presidente teve a seu favor os bons indicadores da economia e a política social, representada pelo Bolsa Família, que transfere recursos a 11 milhões de famílias.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/272116/visualizar/
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