Dois países disputam maior radiotelescópio do mundo
"Tanto Austrália como África do Sul podem responder a todas as exigências do SKA", anunciou nesta quinta-feira o diretor do projeto, Richard Schilizzi, em um comunicado.
As candidaturas de China e de uma associação Brasil-Argentina foram eliminadas por um comitê de sete cientistas procedentes de cinco países.
A principal condição para a escolha do lugar é ausência de contaminação por ondas de rádio de origem humana, que podem mascarar as frágeis ondas de rádio procedentes do cosmos.
No caso dos países latino-americanos, as condições locais da ionosfera limitavam as possibilidades do SKA. Quanto à China, o comitê estimou que impunha restrições inaceitáveis para a instalação do dispositivo central do SKA.
Este projeto internacional, que custará cerca de 1 bilhão de dólares, consiste em instalar várias centenas de antenas, distribuídas em mais de 3 mil km. Mais da metade das antenas ficará numa zona central de cerca de 5km.
Juntas, as antenas ocupariam uma superfície de um quilômetro quadrado, motivo pelo qual o projeto se chama Square Kilometer Array (Arranjo de Quilômetro Quadrado). O radiotelescópio será cinqüenta vezes mais preciso que o mais potente dos existentes na atualidade.
A decisão final sobre a localização do SKA será tomada "até o fim da década". A Austrália propõe Mileura, 100 km a oeste de Meekathara (Austrália Ocidental); e a África do Sul, Karoo, a 95 km de Carnavon (região do Cabo).
A radioastronomia se concentra na detecção das ondas eletromagnéticas emitidas por objetos celestes, cuja freqüência oscila entre 30 e 40 gigahertz, o que equivale a um comprimento de onda compreendido entre 10 metros e 7 milímetros.
O SKA, cuja construção deverá começar em 2010 para que esteja em operação em 2020, permitirá indagar sobre os primeiros tempos do universo, pesquisar a misteriosa matéria escura que originou a aceleração das galáxias e investigar as predições da teoria da relatividade de Einstein.
Também poderá contribuir para a busca de vida inteligente fora do sistema solar.
O desenvolvimento do futuro telescópio será feito por Estados Unidos (33%), Europa (33%), Austrália (9,5%), Canadá (9,5%), China (4,8%), Índia (4,8%) e África do Sul (4,8%).
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