Oposição acusa PF e Bastos de esconder origem do dinheiro
O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o senador Heráclito Fortes (PFL-PI), coordenador da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), reuniram-se na manhã desta quinta-feira com o presidente do BC, Henrique Meirelles, e outros membros da diretoria do banco.
Segundo os senadores, Meirelles informou que a PF ainda não requisitou ajuda do BC para rastrear o cerca de 1,7 milhão de reais (valor equivalente ao total apreendido em dólares e em reais) que seria supostamente usado na compra de informações contra políticos tucanos.
"Eu considero estranhíssimo que a Polícia Federal não tenha, até hoje, pedido ao Banco Central ajuda para solucionarmos este caso, o que me leva a crer que a PF já sabe a origem do dinheiro e está sendo constrangida a esconder até as eleições", afirmou Tasso a jornalistas após a reunião.
Este é mais um capítulo da guerra eleitoral entre a oposição e o governo. Nos bastidores, os parlamentares admitem que não será possível conhecer a origem dos recursos antes de 1o de outubro, mas fazem todos os movimentos políticos para marcar posição antes do primeiro turno.
"O presidente do Banco Central nos informou que nunca foi solicitado nada nem pela Polícia Federal nem pelo Ministério da Justiça e que não tem condições de afirmar hoje se os dólares são legais ou ilegais", disse Tasso.
"Eu acuso a Polícia Federal e o ministro da Justiça de esconderem o que sabem para depois das eleições", acrescentou.
A PF não quis comentar as declarações. A assessoria do Ministério da Justiça disse que a atuação da polícia é "impessoal, sem proteger nem perseguir ninguém".
Nesta semana, a PF informou que parte do montante em dólares entrou no país legalmente por meio do banco Sofisa. A polícia investiga agora como e para quem o dinheiro foi distribuído no país. A PF já conseguiu autorização da Justiça para acessar transações do Sofisa com casas de câmbio.
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