Lula quer ir ao debate, mas avalia riscos eleitorais
"Pessoalmente ele está louco para ir, mas ainda vai analisar todo o quadro, inclusive as pesquisas de hoje, para decidir", disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Participaram do encontro os ministros Tarso Genro (Relações Institucionais), Dilma Rousseff (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e Luiz Marinho (Trabalho).
O risco mais temido pelo comando lulista é de que provocado, especialmente pela senadora Heloísa Helena (PSOL), Lula cometa erros que venham a ser amplificados na sexta-feira e no sábado pela mídia, principalmente pelo rádio.
Em São Paulo, o coordenador de campanha, Marco Aurélio Garcia, disse que o presidente decidirá na quinta-feira se participa do debate. "Ele está numa situação muito cômoda, ele vai avaliar se é conveniente ou não", afirmou a jornalistas.
Garcia rechaçou a possibilidade de Lula ir ao debate apenas para se defender de ataques que receberia dos demais candidatos sobre o caso da compra do dossiê contra tucanos.
"Ele não tem nada que dar explicações sobre o caso do dossiê. A posição dele está claríssima sobre isso", afirmou.
ALTERNATIVA DO TELÃO
O presidente já está analisando sugestões para compatibilizar sua eventual presença no debate com o comício de encerramento da campanha do primeiro turno, marcado para as 19h, da mesma quinta-feira, em São Bernardo do Campo. O debate será realizado após as 22h, no Rio de Janeiro.
O ministro do Trabalho disse a jornalistas que sugeriu ao presidente instalar um telão no palanque de São Bernardo e utilizar um canal de satélite para apresentar uma mensagem ao vivo direto do Rio para o público do comício.
"Hoje temos tecnologia que permite ao Lula participar dos dois eventos", disse Marinho. "Foi a minha sugestão para resolver esse problema, porque quanto a ir ao debate, as opiniões estão divididas meio a meio."
Segundo Marinho, não apenas os auxiliares de Lula têm dúvidas quanto à participação no debate. Elas estariam dividindo também o chamado "chão da fábrica", as bases sindicais do presidente.
"Metade acha que não vale a pena, porque ele vai ser provocado e o debate pode ser manipulado", disse o ministro e ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "A outra metade acha que nós não devemos nada a ninguém e que o Lula tem que ir lá para arrebentar."
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