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Politica Brasil
Terça - 26 de Setembro de 2006 às 16:34

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O juiz Marcos Alves Tavares, da 1ª Vara Federal em Mato Grosso, indeferiu o pedido de revogação da prisão preventiva do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, sócio da Planam. Ele é acusado de chefiar a máfia sanguessuga que operava a compra superfaturada de ambulâncias por meio de emendas parlamentares que beneficiaram diversas prefeituras.

Vedoin, que aguardava em liberdade as investigações referentes à máfia dos sanguessugas, foi preso no dia 15 enquanto tentava vender um dossiê que supostamente envolveria os candidatos do PSDB José Serra (governo de São Paulo) e Geraldo Alckmin (Presidência da República) no esquema.

Na ocasião, o juiz César Augusto Bearsi, da 3ª Vara Federal, decretou a prisão preventiva de Vedoin por "ocultação e venda de provas" e para "impedir o réu de continuar a chantagear pessoas envolvidas em crimes vendendo-lhes as provas de que dispõe".

O documento que ligaria os dois tucanos à máfia dos sanguessugas seria comprado por R$ 1,7 milhão a pedido do PT. O partido nega envolvimento com a denúncia.

A Polícia Federal interceptou a ação e prendeu, além de Vedoin, mais duas pessoas em São Paulo --Gedimar Pereira Passos e Valdebran Carlos Padilha da Silva-- e outra em Cuiabá --Paulo Roberto Dalcol Trevisan. Os três prestaram depoimento e foram soltos ao término de suas prisões temporárias.

O caso do dossiê

A 15 dias das eleições, a Polícia Federal apreendeu vídeo, DVD e fotos que mostram o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, na entrega de ambulâncias da máfia dos sanguessugas.

O material contra Serra seria entregue pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, chefe dos sanguessugas e sócio da Planam, a Gedimar Pereira Passos, advogado e ex-policial federal, e Valdebran Padilha da Silva, filiado ao PT do Mato Grosso.

Gedimar e Valdebran foram presos, em São Paulo, com R$ 1,7 milhão. Eles estavam no hotel Ibis, e aguardavam por um emissário do empresário, que levaria o dossiê contra o tucano. O PT nega que o dinheiro seja do partido.

O emissário seria o tio do empresário, Paulo Roberto Dalcol Trevisan. A pedido de Vedoin, o tio entregaria em São Paulo o documento a Valdebran e Gedimar. Os quatro envolvidos foram presos pela Polícia Federal.

Em depoimento à PF, Gedimar disse que foi 'contratado pela Executiva Nacional do PT' para negociar com a família Vedoin a compra de um dossiê contra os tucanos, e que do pacote fazia parte entrevista acusando Serra de envolvimento na máfia.

Ele disse ainda que seu contato no PT era alguém de nome 'Froud ou Freud'. Após a denúncia, o assessor pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Freud Godoy, pediu afastamento do cargo. Ele nega as acusações.

Após o episódio, outros nomes ligados ao PT começaram a ser relacionados ao dossiê. Esse é o caso do ex-coordenador da campanha à reeleição de Lula, Ricardo Berzoini, presidente do PT. Seu ex-secretário no Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas (coordenador de programa de governo da campanha) e Jorge Lorenzetti --analista de mídia e risco do PT e churrasqueiro do presidente-- procuraram a revista 'Época' para oferecer o dossiê.

Lorenzetti foi afastado do cargo e Berzoini deixou a coordenação da campanha de Lula, mas, por enquanto, permanece na presidência do partido.

O ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso também foi afastado da instituição, após denúncia sobre seu suposto envolvimento com o dossiê. Valdebran disse que recebeu parte do dinheiro de uma pessoa chamada 'Expedito'. Ele teria participado da operação de montagem e divulgação do documento.

Em São Paulo, o candidato ao governo Aloizio Mercadante (PT) afastou o coordenador de comunicação da campanha Hamilton Lacerda, que teria articulado a publicação de uma reportagem na 'IstoÉ' contra Serra.





Fonte: 24HorasNews

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