CPI dos Sanguessugas quer ouvir Ricardo Berzoini
Segundo o sub-relator de sistematização da CPI, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), se o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou Berzoini de contratar "um bando de aloprados" que se envolveram no episódio, não é a comissão que irá ignorar a participação dele.
"É evidente que o Berzoini tem que depor. A partir do momento em que o presidente Lula o afasta da coordenação da campanha e acha que ele agiu mal, só faltava a CPI de esquivar da obrigação de ouvi-lo", disse.
O presidente da CPI, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse que concorda em ouvir Berzoini, mas ressaltou que é preciso que o requerimento seja aprovado pela comissão para que ele seja convocado a depor.
A comissão também deve ouvir o ex-ministro Barjas Negri e Abel Pereira, empreiteiro ligado ao ex-ministro.
Biscaia disse que há indícios fortes do envolvimento do empreiteiro do esquema. "Os elementos apontam que temos que aprofundar as investigações sobre o Abel. Há depósitos de Luiz Antonio Vedoin (sócio da Planam, empresa cabeça da máfia dos sanguessugas) para Abel que seriam pela liberação de emendas. São elementos comprobatórios suficientes [da participação dele]", disse.
Coaf
Hoje, o presidente da CPI e o deputado Carlos Sampaio estiveram no Coaf para buscar informações sobre o dinheiro que seria usado para a compra do dossiê contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin. Os dois solicitaram que sejam feitas análises nos saques acima de R$ 100 mil em todas as agências dos bancos Bradesco, Safra e Bank Boston em São Paulo e Rio de Janeiro.
O mais provável, no entanto, é que a informação sobre a origem dos recursos venha dos próprios envolvidos. "A origem será conhecida através dos depoimentos. Se o Gedimar (Padilha), o Oswaldo Bargas, o Jorge Lorenzetti e o Valdebran Padilha, se nenhum deles, integrantes do PT, falarem da origem do dinheiro comprometem o próprio PT", disse Sampaio.
O sub-relator destacou que a maior parte do dinheiro era velho, "não estava envolvido em fita dos bancos" e questionou: "Mais de um milhão era dinheiro velho, estava guardado num cofre e não foi fruto de saque. Estava guardado onde, por quem?", questionou.
O presidente da CPI reiterou a informação de que as investigações do Coaf até o momento, nas contas dos envolvidos, não indicaram nenhuma movimentação atípica que possa explicar a origem do dinheiro do dossiê.
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