Ecologistas defendem política ambiental ampla
Para ele, isso é fruto de uma visão atrasada de promover o desenvolvimento a todo custo. "Nós podemos ter desenvolvimento, podemos crescer, ter até mais de 4% de crescimento no PIB (Produto Interno Bruto), preservando o meio ambiente", estima o engenheiro Gustavo Souto Maior, coordenador do Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Brasília (UnB).
O pesquisador, que fez mestrado em economia e está no curso de doutorado em ciências ambientais, defende que o governo brasileiro insira o componente ambiental em toda política pública e analise o custo-benefício disso nos programas de desenvolvimento. "A questão ambiental tem valor econômico. Não se trata de preservar só para fazer bonito. Mas quando a gente desmata, a gente está perdendo. Imagine se, ao derrubar uma floresta, derrubamos a fonte da cura para a Aids, por exemplo? Quanto isso valeria em termos econômicos para a sociedade?", questiona Souto Maior.
Os outros desafios, em termos de política ambiental para o próximo governo, apontados pelo pesquisador, são a destinação e o tratamento do lixo e a qualidade da água. De acordo com ele, são pouquíssimas as cidades brasileiras que têm uma gestão adequada de seu lixo. De recolhimento, tratamento, de onde esse lixo é disposto.
"Em Brasília, a capital da República, por exemplo, não existe um aterro sanitário sequer. E nós temos também um problema sério que é a qualidade da água dos nossos rios. Estamos perdendo alternativas de abastecimento de água devido a poluição. Isso devido a outro problema de ordem ambiental e sanitária, que é o baixo índice de tratamento de esgoto e também por causa da poluição industrial."
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