Caso dossiê faz Lula reavaliar presença em debate

A crise provocada pela descoberta do dossiê que ligaria tucanos à máfia dos sanguessugas, entre eles o candidato ao governo de São Paulo José Serra (PSDB), levou o presidente e candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva a reconsiderar a sua decisão de não comparecer a debates. Segundo um integrante da cúpula da campanha, a possibilidade de Lula ir ao confronto entre presidenciáveis na TV Globo, marcado para quinta-feira, no Rio de Janeiro, estava ontem em "70%". Na semana passada, era de "50%".

Lula não tem como fugir dos ataques em nenhum das situações. Se faltar, será atacado pelos adversários. Se comparecer, continuará sendo atacado, mas terá a chance de se defender.

De acordo com a Folha de S.Paulo, há pelo menos três motivos que ainda impedem Lula de confirmar a participação no debate. O principal é o temor de uma forte agressão da senadora Heloisa Helena (Psol), que, na visão petista, seria capaz de um ato de forte constrangimento para Lula. Com base nas declarações de Heloísa durante a campanha, auxiliares de Lula temem que ela possa chamá-lo de "ladrão" ou dizer que "tem vontade de vomitar ou cuspir" nele, no PT e no governo federal.

O segundo motivo seria deixar aberta a possibilidade de desistir, se for conveniente para a estratégia de tentar vencer no primeiro turno (domingo).

Por último, a campanha do presidente avalia que uma negativa em cima da hora seria menos desgastante politicamente. Além de Lula e de Helena estão convidados os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Cristóvam Buarque (PDT). Só Lula ainda não confirmou a presença.