Lula perde terreno na reta final, diz Financial Times
O jornal atribui a queda de Lula em pesquisas recentes ao escândalo do dossiê, mas também lembra que a renúncia do ministro Antonio Palocci e a revisão das taxas de crescimento anunciada pela Confederação Nacional da Indústria também têm o seu peso.
"Adicione a isso o descontentamento do país com a vacilante reação dada à Bolívia na nacionalização de propriedades da Petrobras e o caminho parece livre para o candidato de oposição, Geraldo Alckmin, forçar Lula a um segundo turno", argumenta o jornal, que, no entanto, lembra que Lula ainda tem uma base eleitoral forte nas camadas mais pobres, beneficiado pelas conseqüências da inflação baixa e de programas sociais.
O italiano La Repubblica destaca também a determinação do presidente em reafirmar sua campanha apesar de tantos percalços. O jornal diz que a imagem de Lula tem demonstrado forte resistência a escândalos, seja porque "o brasileiro comum ache que a corrupção é uma coisa endêmica...e não é pior com o PT do que era no passado, ou seja porque nos últimos três anos e meio o Brasil passou por uma pequena revolução social que teve Lula como motor e príncipe", diz o artigo.
"Não só a economia cresceu e a inflação despencou, mas pela primeira vez em décadas houve uma redistribuição de renda graças à qual alguns milhões de famílias saíram do inferno da pobreza, conquistando para si algumas das benesses da classe média", afirma o La Repubblica.
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