PF relaciona funcionário da campanha de Lula a Vedoin
Vedoin afirmou em depoimento à PF que entregou o material ao ex-diretor do Banco do Brasil Expedito Afonso Veloso, no aeroporto de Cuiabá, quando ele estava acompanhado de uma pessoa chamada "Valdo".
Segundo a PF e o Ministério Público Federal, "Valdo" é o apelido de Oswaldo Bargas, que até o escândalo do dossiê trabalhava na campanha de Lula, subordinado ao então coordenador Ricardo Berzoini.
Anteontem à PF, Vedoin disse que "falou com uma pessoa que se apresentou como Valdo" e estava com Expedito "no aeroporto quando entregou o CD".
O disco entregue, porém, estava em branco. Ou seja, não continha as imagens do candidato a governador de São Paulo José Serra (PSDB), em cerimônia de entrega de ambulâncias --de empresas que participavam da máfia dos sanguessugas-- em maio de 2001, quando ele era ministro da Saúde.
Anteontem, Vedoin isentou Serra de participação no esquema. O tucano "somente participou da entrega de ambulâncias", afirmou.
Acusação
Vedoin disse que forneceu o CD em branco porque desconfiava que poderia não receber o R$ 1 milhão prometido a ele pelo material. A PF apreendeu R$ 1,7 milhão em São Paulo com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Pereira Passos.
Após Expedito chegar a São Paulo, descobriu-se que o CD não tinha imagens. Valdebran reclamou com o chefe das sanguessugas.
Na noite daquele mesmo dia, Vedoin pediu a seu tio que embarcasse a São Paulo com o CD que realmente continha as imagens, além de uma fita de vídeo e fotos mostrando o evento do qual participara Serra.
O empresário mandou ainda uma relação de prefeituras, com número de emendas e valor de propina.
Os dados "incriminam a pessoa de Abel Pereira, ligado ao ex-ministro [da Saúde] Barjas Negri", afirmou Vedoin. Segundo ele, Abel cobrava propina para liberar verbas destinadas à compra de ambulâncias.
Bargas havia proposto fornecer à revista "Época", no início de setembro, "denúncias [que] seriam fortes o suficiente para desmoralizar o candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, e o ex-ministro da Saúde Barjas Negri", segundo nota da revista.
Barjas Negri, prefeito tucano de Piracicaba (SP), nega participação no esquema dos sanguessugas. Ele foi secretário-executivo de Serra no ministério da Saúde, antes de assumir a pasta.
Ainda em depoimento, Vedoin não sabia quem iria receber o material que enviou a Valdebran em São Paulo.
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