Dossiê: depoimentos ocultam "a verdade dos fatos", diz procurador

O ex-secretário executivo do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas, deixou no início da madrugada deste sábado a sede da Polícia Federal, onde prestou depoimento durante três horas e meia. Bargas e seu advogado, Frederico Donati, saíram do local sem dar declarações à imprensa. O depoimento de Bargas foi o terceiro do dia relativo às investigações sobre o dossiê que ligaria políticos ao esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados, com recursos do Orçamento Geral da União. Segundo Mário Lúcio Avelar, procurador do Ministério Público Federal de Mato Grosso, a sucessão de depoimentos desta sexta-feira foi "meticulosa, articulada, e tramada para ocultar a verdade dos fatos".

"Não se falou em momento algum da origem do dinheiro e tão pouco se assumiu a responsabilidade pela compra do dossiê. Foi uma negociação que não passou por pagamento, por dinheiro para que uma revista publicasse depoimento ou matéria e uma sucessão de papéis com o ofício de promover uma propaganda política", disse Avelar.

Questionado sobre os proximos passos da investigação, Avelar disse que será descobrir a origem do dinheiro.

Pela manhã, depôs na PF o ex-assessor de análise de mídia e risco da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição, Jorge Lorenzetti. E à tarde foi a vez do ex-diretor de gestão de risco do Banco do Brasil, Expedito Veloso. Oswaldo Bargas é o responsável pelo capítulo de trabalho e emprego do programa de governo da campanha de Lula.

Nos proximos dias a PF deve tomar o depoimento de Abel Pereira acusado de ser o elo de ligação entre a planam e o Ministério da Saúde.