Lula e Mercadante repetem que culpados por dossiê serão punidos
"Houve uma imbecilidade de companheiros nossos, um ato de infantilidade, o que não ajudou ninguém", disse Lula em um discurso que durou pouco mais de meia hora, durante comício em São Vicente, na Baixada Santista, onde a chegada da comitiva presidencial atrasou cerca de uma hora e meia.
"(Os culpados) vão ter que pagar. Eles podem se esconder, mas uma hora vão aparecer e, quando aparecerem, ninguém vai fazer vista grossa", declarou o presidente, voltando a repetir que malandragem não vale de jeito algum e nunca vale a pena se aproximar de bandidos.
Lula também reiterou seu total apoio à honestidade de Mercadante, dizendo que estão tentando envolver "esse menino" no episódio. "Mas por esse menino eu ponho a mão no fogo."
Mais cedo, o ex-diretor do Núcleo de Informação e Inteligência da campanha de Lula, Jorge Lorenzetti, confirmou à Polícia Federal que o dossiê seria entregue a Hamilton Lacerda, que foi expulso da coordenação de comunicação da campanha de Mercadante após a divulgação do escândalo.
O dossiê apontaria eventuais participações de José Serra e Geraldo Alckmin, candidatos do PSDB ao governo de São Paulo e à Presidência, respectivamente, na máfia dos sanguessugas que atuou na compra de ambulâncias superfaturadas.
Mercadante, por sua vez, voltou a repudiar o caso, classificando-o de "inaceitável" e "muito grave". "Vamos cortar na carne, onde tiver que cortar", afirmou em seu discurso, referindo-se ao tratamento que deverá ser dado aos culpados."
Mercadante acrescentou que acredita no trabalho da Polícia Federal e "que hoje não vai ser como no passado", afirmando que o governo paulista do PSDB foi responsável por dezenas de arquivamentos de pedidos de Comissão Parlamentares de Inquéritos nestes 12 anos à frente do Estado.
"Posso aceitar que as nossas disputas políticas possam ganhar ou perder as eleições, mas jamais vou aceitar perder a minha honestidade, a minha dignidade política", afirmou o candidato do PT ao governo paulista, destacando que esteve à frente de diversas campanhas petistas anteriores, que não foram vitoriosas, e nunca utilizou qualquer "baixaria" como recurso.
Para Mercadante, o PT tem uma história de luta e a "melhor militância", e aproveitou a ocasião para convocar os correligionários a enfrentar a situação e a mudar o panorama do maior Estado do país.
"O que está em jogo nesta semana... para onde vão os 185 milhões de brasileiros nos próximos quatro anos, qual a posição, se a do povo ou a da elite e também para onde vai o Estado após 12 anos. Vamos mudar de novo com Lula mais uma vez."
De sua parte, Lula encerrou seu discurso em tom eufórico e também de conclamação: "Enquanto falam mal de nós, a gente fala bem do povo brasileiro."
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