José Castello fala sobre seus trabalhos na literamérica
Entre os assuntos abordados, José Castello, que é autor de biografias de grandes personalidades, como Vínicius de Moraes, Rubem Braga, João Cabral de Mello Neto e Pelé, falou sobre a trajetória dele de pesquisa para escrever algumas delas. Para trabalhar na obra de Vinícius, por exemplo, ele tirou inúmeras cópias de mais de mil cartas do autor, que serviram como fonte de análise para a Companhia das Letras, na montagem da obra do poeta.
De acordo com Castello, não foi fácil escrever sobre alguém como Vinícius de Moraes, por causa da sua vida agitada, sempre vivendo em lugares diferentes, situações diferentes, além de mulheres diferentes. “Vinícius foi casado nove vezes oficialmente, é muito difícil escrever sobre alguém assim, porém depois de pesquisar documentos, entrevistas e ouvir pessoas eu consegui um bom resultado”, destaca o jornalista durante o discurso.
Castello falou ainda sobre os jornalistas atuais que segundo ele, estão cada vez mais parecidos uns com os outros e já sabe o que vai acontecer e exatamente o que querem ouvir. “Os jornalistas deveriam estar desarmados, sem pautas para que realmente as matérias saiam bacanas. Um repórter tem que estar preparado para encontrar tudo, mesmo aquilo que ele não quer”, opina.
PERFIL
José Castello (55), carioca, é um dos mais prolíficos críticos literários do Brasil hoje. Colabora regularmente com O Globo, Valor Econômico, NoMínimo e Rascunho, entre outros. Escreveu a biografia de João Cabral de Mello Neto há 10 anos atrás, entitulado “O homem sem alma”, no período de profunda melancolia do poeta. Agora ele redigiu “O diário de tudo”, que acresce a primeira versão.
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