Defesa deve sustentar que Vedoin não escondeu "dossiê" da Justiça
“Mostrei que as provas supostamente apreendidas não representam prova nenhuma”, disse Reffatti, após o depoimento de Vedoin ao delegado Diógenes Curado Filho e ao procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar, durante quatro horas e meia, na sede da Polícia Federal. "Não houve ocultação de provas. É preciso ver com quem as comprou", desconversou o defensor, sobre o motivo da venda do material e, consequentemente, a origem do dinheiro que seria pago a Vedoin.
Vedoin perdeu o benefício da delação premiada e é o único ainda preso entre os quatro detidos na sexta-feira passada -- Valdebran Padilha, Gedimar Pereira Passos e Paulo Dalcol -- por conta da negociação do dossiê, supostamente comprado por petistas. Em julho, o dono da Planam (principal empresa da máfia das ambulâncias) revelou o pagamento de propina a parlamentares em troca de emendas ao Orçamento da União destinadas à compra de unidades móveis de saúde.
Depois de obter acesso aos autos, o advogado informou também que vai pedir a revogação da prisão preventiva ou impetrará um habeas corpus no Tribunal Regional Federal. Curado Filho e Avelar não comentaram o teor do depoimento prestado por Vedoin, já que o inquérito corre em segredo de Justiça.
A Justiça Federal em Mato Grosso autorizou nesta quinta o pedido de uma nova diligência, protocolado ontem pelo delegado. A PF também não informou qual é a diligência e nem quando será cumprida.
O dossiê é composto por papéis com anotações, fotos, uma fita VHS e um DVD. Há imagens do tucanato em solenidade de entrega de 41 ambulâncias da Planam.
Expedito Afonso Veloso (diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil), Oswaldo Bargas (ex-secretário de Relações do Trabalho no Ministério do Trabalho) e Jorge Lorenzetti (ex-analista de risco e mídia da campanha de reeleição do presidente Lula) - associados à compra do dossiê -- serão ouvidos amanhã em Brasília (DF). / Catarine Piccioni
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