Realismo Mágico é discutido na Literamérica
Considerado um gênero literário genuinamente latino-americano, o Realismo Mágico nasceu nos anos 40 com Alejo Carpentier, novelista cubano, mas ganhou força e notoriedade com Gabriel Garcia Márquez.
O diálogo entre mortos e vivos, a mulher que sai voando pela savana, entre outras estranhezas, fazem parte do livro “Cem Anos de Solidão”, de Gabriel Garcia Márquez. A história se passa durante a Revolução Mexicana e tem elementos fantásticos para compor a narrativa. Eles acontecem de maneira natural, sem causar espanto.
O realismo fantástico aborda a realidade cotidiana com elementos mágico ou sobrenatural, sem a intenção de causar terror. No Realismo Fantástico o insólito deixa de ser o desconhecido para ser natural. Isso se deve pela miscigenação de culturas dos povos latino-americanos, onde os mitos e supertições permeiam o imaginário de seu povo. A opressão, a exploração e o sofrimento dos povos da América Latina foram e continuam sendo objetos de extrema inspiração para os escritores.
Entre os principais escritores latino-americanos Miguel Angel Astúrias, Carlos Fuentes, Juan Rulfo, Jorge Luis Borges, Julio Cortázar e Isabel Allende; e no Brasil, Guimarães Rosa e Jorge Amado são nomes relevantes da literatura fantástica. Em Mato Grosso, Teresa Albués também é representante do gênero.
Um exemplo brasileiro desse gênero é ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, onde o contexto da história é o das oligarquias e do coronelismo, usando, claro, o elemento fantástico como tempero para a narrativa.
“Nesse país nem as folhas das árvores se movem sem o meu consentimento”. Com esta frase, o general Pinochet entrou para a história e inspirou escritores do gênero maravilhoso. “O que acontece na América Latina é tão incrível, que as pessoas que não fazem parte desse contexto pensam se tratar de ficção”, finaliza a professora Cleide Ester de Oliveira, do Univag.
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