Alckmin classifica governo Lula de "organização criminosa"
"É muito triste o que está acontecendo no Brasil... Eu entendo que essas coisas acontecem em razão da impunidade. É como o ladrão de carro, por que ele rouba? Porque ele acha que não vai ser pego pela polícia", disse Alckmin em entrevista à rádio CBN nesta manhã.
"Estamos vendo uma corrosão diária da credibilidade do presidente. Acho que ninguém mais acredita no Lula", afirmou. "O que estamos vendo é uma sofisticada organização criminosa."
Alckmin citou os escândalos passados envolvendo o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o caso do mensalão em 2005. "Agora aparece 1,7 milhão de reais, dinheiro vivo, real, dólar, ninguém diz quem é o dono deste dinheiro, de onde veio o dinheiro... Não é possível acreditar que o presidente Lula não sabe de nada".
Perguntado se a ação foi planejada para prejudicar sua campanha e a do candidato ao governo José Serra, Alckmin disse: "Claro. Esse dinheiro era para comprar esse dossiê. Não é algo feito por uma pessoa, é uma coisa muito bem orquestrada... É uma estrutura montada". Ele também insinuou que esse dinheiro teria origem nos cofres públicos.
Ao ser questionado se o caso das ambulâncias superfaturadas deve ser investigado, o tucano disse que sim, mas que não havia irregularidades no governo dos tucanos. "Todo esse pessoal era a turma do Lula. Comprar ambulância não tem problema, o que não pode é roubar", afirmou. "Isso deve ser apurado pela polícia, pelos órgãos do governo".
CORRIDA DE CAVALOS
O candidato insistiu na tecla de que haverá segundo turno, mas argumentou que não trata a disputa eleitoral como uma corrida de cavalos. Afirmou que a eleição reflete princípios da população.
"Eu vejo há 15 ou 20 dias um processo de mudança. Eu acho que a população está entendendo que o Lula jogou sua chance fora", afirmou.
Alckmin citou pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas) em que a intenção de voto de Lula oscilou de 48 para 46 por cento e a dele ele passou de 30 para 31 por cento. A pesquisa ouviu 1.000 pessoas por telefone no dia 19 e tem margem de erro de 3,2 pontos percentuais. Segundo Alckmin, a pesquisa mostra uma tendência de alta em sua candidatura e de queda de Lula.
Sobre seu programa de governo, que prevê crescimento do PIB de entre 5 e 6 por cento ao ano, Alckmin disse que a questão central do governo é fiscal.
"O ano que vem vai ser um ano muito difícil. Estou propondo um corte de gasto... mas não na Bolsa-Família. Vou cortar no desperdício, na corrupção", afirmou. "O Estado forte começa pelo seu controle. O Estado está sendo usado, estão roubando."
Alckmin disse ainda que o Brasil tem que ser duro no caso da Bolívia —que nacionalizou ativos da Petrobras— depois das eleições. "O Brasil tem que deixar claro que é diferente da Bolívia. A Bolívia está dando um tiro no pé. É uma visão atrasada, populista", afirmou.
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