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Meio Ambiente
Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 10:54

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A ingestão de doses de uma determinada vitamina pode ajudar pacientes de esclerose múltipla a evitar seqüelas graves da doença, segundo um estudo. Atualmente não há um tratamento disponível para a fase crônica progressiva da esclerose múltipla, quando seqüelas graves costumam aparecer.

Utilizando uma forma da vitamina B3, chamada nicotinamida, pesquisadores conseguiram eliminar o risco de degeneração dos nervos em experiências com ratos que apresentavam sintomas da doença.

O estudo, feito pelo Children’s Hospital de Boston, foi publicado na revista científica Neuroscience.

A esclerose múltipla, que é uma doença do sistema nervoso central, afeta cerca de 85 mil pessoas na Grã-Bretanha.

Mielina

Com a doença, uma proteína que envolve as fibras nervosas, a mielina, se dissolve, diminuindo a velocidade dos impulsos nervosos que saem e chegam ao cérebro.

Muitos pacientes desenvolvem uma variação da doença conhecida como esclerose múltipla remitente-recorrente, onde o paciente é acometido por surtos da doença, que são seguidos de uma recuperação completa ou parcial.

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Quando o portador descobre a doença nesta fase, o uso de drogas anti-inflamatórias pode ser positivo, mas para as fases posteriores, que são crônicas e progressivas, não havia alternativa.

O grupo de médicos de Boston trabalhou com ratos portadores de uma doença similar à esclerose múltipla, chamada de encefalite experimental auto-imune (EEA).

Células protegidas

Os pesquisadores perceberam que doses diárias de nicotinamida protegiam as células nervosas dos animais da perda de mielina e estabilizavam aquelas que já tinham sido danificadas e quanto maiores as doses de vitamina, maior a proteção.



Ao criar uma escala de gravidade para as seqüelas entre um e cinco, o estudo revelou que os animais que receberam as maiores doses de vitamina tiveram danos entre um e dois, contrastando com níveis entre três e quatro, daqueles que não dispunham das mesmas doses.

Substâncias-chave Segundo os pesquisadores, a nicotinamida aumentou os níveis de uma substância crucial no processo, chamada de nicotinamida adenina dinucleotídeo, nos sistemas nervosos das cobaias.

O uso da vitamina também reduziu deficiências neurológicas, mesmo quando o tratamento era atrasado em até dez dias depois da indução da EEA – o que aumentou as esperanças de que o tratamento seja efetivo em fases avançadas da doença.

“Quanto mais cedo se inicia o tratamento, melhor, mas esperamos que a nicotinamida possa nos ajudar a combater a doença mesmo em estágios mais avançados”, disse Shinjiro Kaneko, chefe do grupo de pesquisadores.

Apesar de ter ainda outras vantagens, como o baixo preço e a ausência de efeitos colaterais conhecidos, os pesquisadores disseram que é necessário fazer testes em seres humanos.

Para o chefe da Sociedade Britânica de Esclerose Múltipla, Simon Gillespie, “qualquer possibilidade de tratamento que reduza a progressão crônica da doença merece ser desenvolvida”.

“Esta é uma pesquisa interessante, que gostaríamos de ver aprofundada, sempre lembrando que nem sempre o que funciona com ratos funciona com homens”, afirmou.




Fonte: BBC Brasil

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