Escândalo é humilhação para PT e Lula, diz Clarín
"Enquanto o efeito dominó derrubava peça por peça no campo oficial, o ponto culminante foi a queda de Ricardo Berzoini, presidente do PT, que teve que deixar a chefia da campanha eleitoral do presidente", diz a reportagem.
Para a correspondente do Clarín, que cita comentaristas de diversos jornais brasileiros, "quase já não há mais dúvidas de que a seção paulista do PT decidiu pagar aos empresários que denunciaram no fim de semana passado na revista IstoÉ uma suposta corrupção de José Serra, candidato social-democrata ao governo de São Paulo".
O também argentino La Nación também dá destaque ao caso, dizendo que ele esquentou a campanha quando faltam apenas dez dias para as eleições. "A crise caiu como uma bomba sobre a campanha de Lula, que era pura alegria diante da possibilidade de vencer com facilidade nas eleições no primeiro turno", diz o jornal.
Para a reportagem do Nación, na quarta-feira, "em meio a reuniões de urgência e renúncias, o escândalo parecia um 'revival' da crise de corrupção que atingiu o governo Lula no ano passado e derrubou vários ministros e toda a cúpula do PT".
O diário observa ainda que a crise "gerou um nervosismo até mesmo nos mercados, algo inédito para uma campanha que até agora estava se caracterizando pela falta de interesse popular".
O caso ganhou espaço também no jornal italiano Corriere della Sera. Em uma curta reportagem, o diário observa que "o tribunal eleitoral abriu um inquérito contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e o presidente do Partido dos Trabalhadores, Ricardo Berzoini pelo suposto envolvimento na aquisição do dossiê".
O Corriere della Sera observa, porém, que o escândalo parece não ter tido efeito sobre as intenções de voto, citando uma pesquisa divulgada na quarta-feira que mostra Lula com 20 pontos de vantagem sobre seu principal rival, o ex-governador Geraldo Alckmin.
Para o jornal espanhol ABC, o inquérito aberto pela Justiça eleitoral "é grave, porque os investigados terão cinco dias úteis para se defender, e o presidente corre o risco de impugnação de sua candidatura, quando as pesquisas o mantêm como favorito na eleição no primeiro turno".
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