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Cultura
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 18:06
Por: Lena Araújo

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"Arriscar-me na poesia era dar a cara à tapa, ainda mais sendo mulher de Afonso. Tinha medo de comparações". Esse foi o comentário feito por Marina Colassanti ao falar de sua inserção no mundo da poesia durante sua palestra no Seminário Troca Letras na noite de ontem (19), na Literamérica, Feira Sul-Americana do Livro.

Durante o seminário, a escritora disse que fez tudo ao contrário de todo mundo. Começou a escrever poesia muito tarde, mas que, “para o bem ou para o mal”, sua poesia já estava pronta. Ela já tinha seu estilo próprio. A autora tem três livros de poesia publicados. “Graças a Deus ninguém se lembrou com quem eu sou casada”, brincou referindo-se ao sucesso de crítica das poesias que escreveu.

Marina flerta com a linguagem poética todo o tempo, ao proferir palestra ou ao escrever seus contos. Opta pela concisão inteligente, que faz com que seus textos fiquem densos, mas sem ser prolixos. No seminário Troca Letras, a escritora encerrou seu painel narrando um conto infantil para o público presente, que a aplaudiu com entusiasmo.

“A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que de tanto se acostumar, se perde de si mesma”. Este é um fragmento que da crônica “Eu sei, mas não devia” que deu a Marina o prêmio Jabuti em 1992 e tem aparecido na Internet como se o texto se restringisse a essa parte. “Transformaram minha prosa em poesia”, argumenta.

A Literamérica, Feira Sul-Americana do Livro, seguirá sua programação até o próximo domingo (24), no Centro de Eventos do Pantanal.





Fonte: Da Assessoria

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