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Meio Ambiente
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 02:03

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O Dia Mundial do Mal de Alzheimer, que será recordado nesta quinta-feira, marca o 100º aniversário de quando essa desordem que destrói o cérebro - considerada por muitos a doença mais cruel de todas - entrou para os livros médicos.

Em um estudo de 1906, o médico alemão Alois Alzheimer apresentou o caso de uma mulher de 51 anos, Auguste D. Cinco anos antes, Auguste D. começou a sofrer de perda de memória. Ela desenvolveu problemas de fala e tornou-se paranóica, confusa e agitada. Quando morreu, sofria de incontinência, vivia na cama e não lembrava de amigos e parentes.

Ao realizar uma necropsia em sua ex-paciente, Alzheimer notou que o cérebro de Auguste D. havia encolhido por causa de uma perda de neurônios e estava obstruído com placas e fibroses.

Alzheimer apresentou suas descobertas numa conferência na Universidade de Tuebingen em novembro de 1906. Mas, nas oito décadas seguintes, o conhecimento da doença que leva seu nome permaneceu inalterado. O nome Alzheimer se tornou uma palavra ligada ao medo da velhice. Há uma confusão quanto às suas causas, além de desânimo sobre como tratá-la.

Hoje, no entanto, as novidades sobre a doença trazem esperança.

O Mal de Alzheimer vem sendo pesquisado em tantas frentes que alguns pesquisadores, embora evitem falar sobre cura, acreditam num tratamento para diminuir ou possivelmente deter o avanço clínico.

"Se você olhar para a formação do amilóide beta, há três ou quatro caminhos e todos podem dar frutos em 10 anos", disse Bengt Winblad, professor de geriatria do Karolinska Institute, de Estocolmo, na Suécia.

A formação do amilóide beta se refere às placas de proteínas que se formam do lado de fora das células do cérebro. Elas são a marca do Mal de Alzheimer, assim como os novelos da chamada proteína tau dentro dos neurônios. Ainda não está claro, no entanto, se essa proteína é causa ou efeito do Alzheimer.

Duas linhas de pesquisa que podem gerar frutos dentro de três ou cinco anos se focam em interferir na cascata molecular que permite a formação e concentração de placas, disse Winblad.

"Mesmo se não houver cura, se você retardar o progresso ou paralisar a doença, os parentes dos pacientes ficarão muito felizes", acrescentou.

Outro caminho é limpar o cérebro do depósito de placas, que poderia ser feito por meio de uma "vacina ativa" na qual parte da amilóide beta seria injetada no corpo a fim de primeiro preparar o sistema imunológico contra ela, ou então injetando anticorpos diretamente.

Sabe-se cada vez mais que alguns fatores favorecem a aparição do Mal de Alzheimer, como tabagismo, obesidade, diabetes e alta pressão sangüínea, enquanto o exercício mental e uma dieta rica em frutas e vegetais são indicados como prevenção. Há também uma indicação de que algumas pessoas podem ser geneticamente mais suscetíveis à doença.

O Mal de Alzheimer aparece principalmente em pessoas na casa dos 60 anos. De acordo com um estudo publicado em dezembro pelo jornal The Lancet, 24 milhões de pessoas hoje em dia têm demência, cifra que deve aumentar para 42 milhões em 2020 e para 81 milhões em 2040, já que as pessoas estão vivendo cada vez mais em todo o mundo.




Fonte: AFP

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