Dossiê contra Serra ganha destaque em jornais no exterior
"Se o PSDB conseguir fazer do caso do dossiê um fato nacional, poderia tirar alguns pontos de Lula, forçando um segundo turno", diz o Nuevo Herald, sediado em Miami.
O espanhol ABC observa que o material do dossiê prejudicaria supostamente Serra, candidato "favorito para o governo de São Paulo". Mas poderia também respingar em Geraldo Alckmin, "principal adversário de Lula nas eleições do próximo 1º de outubro".
A imprensa demonstra visões distintas sobre a capacidade do novo escândalo de atingir a intenção de voto no presidente Lula.
O argentino Clarín afirma que "a oposição brasileira parece ter encontrado um argumento para reverter as pesquisas que a mostram tão mal nas eleições presidenciais", ao acusar o Partido dos Trabalhadores de ter pago pelo dossiê.
A reportagem assinada pela correspondente Eleonora Gosman questiona a veracidade da denúncia: "Por que Lula precisaria promover uma denúncia dessa natureza contra um político social-democrata que não é precisamente seu inimigo (na disputa presidencial)?".
O também argentino diário financeiro Cronista Comercial, a crise "se soma às críticas a Lula por uma suposta 'cautela' e 'inércia' diante da nacionalização dos hidrocarbonetos decidida pela Bolívia, e a iniciativa posterior de tirar o controle da distribuição de petróleo e derivados da estatal brasileira Petrobras".
Ainda assim, diz o americano The Christian Science Monitor, os brasileiros parecem prontos a reeleger Lula, "apesar de um escândalo de corrupção em seu partido".
Descrevendo um comício realizado no Rio de Janeiro, a reportagem relata as motivações de diferentes pessoas para votar no presidente.
"Vera Lucia Andrade diz que votará nele porque ele ajudou os pobres do Brasil. Gilson Amorim diz que votará nele porque ele tem sido um bom presidente. E Fatima Gomes votará nele porque ela não consegue lembrar o nome de nenhum outro candidato", diz o texto.
"Tomadas em conjunto, essas razões explicam por que Lula parece destinado a ser reeleito, apesar de um governo que foi condenado amplamente por institucionalizar a corrupção e que falhou em manter a maioria de suas promessas de mudar radicalmente o Brasil."
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