Ariano Suassuna arranca risos e cativa a platéia
Durante o seminário, o grupo Mosaico homenageou o convidado, encenando um trecho de uma de suas principais obras: “Uma mulher vestida de sol”. Ariano fez uma análise crítica à indústria cultural que vem monopolizando as pessoas no contexto do mundo atual. Classificou algumas músicas estrangeiras que invadem o país como lixo cultural, do qual se opõe.
“Em toda a minha vida fui chamado de arcaico e ultrapassado por gostar de música feita pelo povo, mas ainda assim não concordo com toda a massificação que faz com que as pessoas se vistam iguais”, observa.
Em sua explanação sobre o barroco e o popular na cultura brasileira, começou dizendo que o barroco é cômico e grosseiro e que ele se concretiza pela fusão de coisas diferentes e até contrárias, do mais rico ao impuro do mundo. O barroco se caracteriza pela unidade de contrários, capaz de compreender e encontrar entre o popular e o refinado. Para finalizar, citou como exemplo de obra barroca talvez a obra mais famosa de Shakespeare, na cena da janela entre Romeu e Julieta.
Em muitas de suas maravilhosas e bem humoradas palavras, Ariano Suassuna não poupou elogios para Leandro Carvalho, maestro da Orquestra de Câmara de Mato Grosso. “Uma das minhas maiores alegrias quando cheguei em Cuiabá foi saber que Leandro Carvalho estava à frente da Orquestra de Câmara”, destacou o poeta, que conhece o maestro de longa data.
Participaram da palestra universitários, amantes da leitura e da poesia, entre outros. O público de mais de 600 pessoas aplaudiu de pé a apresentação bem humorada do escritor e poeta.
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