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Politica Brasil
Terça - 19 de Setembro de 2006 às 13:20

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PT, PSDB, PL, PP e PCdoB terão dificuldade este ano para repetir o desempenho obtido no Rio de Janeiro na disputa pela Câmara dos Deputados em 2002. Motivos variados "desfalcam" as legendas de candidatos que lhes renderam algumas de suas maiores votações quatro anos atrás, os tradicionais "puxadores de voto". A situação é ainda mais crítica para os partidos médios como PL, PP e PCdoB, que lutam para sobreviver à cláusula de barreira e precisam ter 5% do total de votos para a Câmara para continuarem a ter direito a funcionamento parlamentar.

No caso do PSDB, nenhum dos cinco parlamentares eleitos em 2002 está disputando um novo mandato. Três deles, incluindo a deputada mais votada daquele ano, Denise Frossard (385.111 eleitores), mudaram de partido. Além da ex-juíza, que agora tenta chegar ao Palácio Guanabara pelo PPS, Alexandre Santos migrou para o PMDB e Heleno Augusto de Lima, o Dr. Heleno, foi para o PSC. Além deles, Paulo Feijó se desfiliou do partido após ser denunciado pela CPI dos Sanguessugas. Já Ronaldo Cézar Coelho disputa uma vaga no Senado. O partido também não poderá contar com a reeleição do deputado federal Eduardo Paes, que entrou no PSDB em 2003, mas foi indicado para disputar o governo do Rio.

Para repetir o desempenho da última eleição, o presidente do diretório do PSDB no Rio, Luiz Paulo Corrêa da Rocha, aposta na situação desfavorável dos outros partidos. "A eleição de deputado federal este ano está desfalcada de grandes puxadores de legenda. Abriu-se um buraco eleitoral imenso para deputado federal. O PSDB espera eleger no mínimo quatro deputados", afirma.

A crise deflagrada pelo escândalo do mensalão fez com que o PT perdesse, em 2005, seu mais tradicional "puxador de votos" no Rio, o deputado federal Chico Alencar. Candidato da legenda mais votado em 2002, com 169.131 eleitores, Alencar deixou o partido para ajudar a fundar o PSOL, pelo qual tenta conseguir manter o assento na Câmara. Decisão semelhante foi tomada por Fernando Gabeira, que, descontente com os rumos do governo, voltou para o PV. Também eleito deputado federal pelo PT, Lindberg Farias está fora do páreo este ano porque venceu a disputa pela Prefeitura de Nova Iguaçu em 2004.

O presidente do PT-RJ Alberto Cantalice, no entanto, explica que o partido tem uma estratégia para não reduzir sua bancada parlamentar. "O principal puxador de votos dessa eleição é o presidente Lula, que tem uma identificação profunda com o partido. Além disso, na reta final, vamos fazer uma série de aparições de figuras públicas pedindo voto de legenda. A bancada não vai diminuir. Vamos eleger entre seis e sete deputados federais", avalia Cantalice.

O PCdoB, por sua vez, elegeu no Rio, em 2002, apenas a deputada federal Jandira Feghali, que agora disputa o Senado. A ausência de um nome de peso equivalente ao de Jandira, a segunda maior votação no estado (264.384 votos), é reconhecida pela presidente do diretório estadual do partido, Ana Rocha. Indagada sobre a dificuldade em ultrapassar a cláusula de barreira, porém, ela manifesta esperança na derrubada da regra eleitoral. "A candidatura ao Senado e o potencial de voto dela é uma demonstração de que a cláusula de barreira não pode se basear apenas na Câmara. O Brasil é bicameral e a gente quer uma reforma política que faça essa adequação", pondera.

Tal como o PSDB, o PL não manteve nenhum dos seus deputados eleitos em 2002. Bispo Rodrigues, o quarto mais votado do Rio, com 192.640 eleitores, renunciou ao cargo em setembro de 2005 após denúncia de recebimento de mensalão e não disputa cargo eletivo. Nelson Bornier entrou no PMDB em 2003 e Almir Moura migrou para o PFL em 2005. Já o PP disputará a Câmara sem o terceiro deputado mais bem votado de 2002, Francisco Dornelles (219.012 votos), que tenta o Senado. Dos cinco outros candidatos eleitos, dois (Eduardo Cosentino e Almerinda Carvalho, esta última denunciada pela CPI dos Sanguessugas), deixaram a legenda pelo PMDB.

O PTB vive uma situação um pouco mais confortável. O partido, que em 2002 elegeu apenas Roberto Jefferson, espera transferir os votos do deputado cassado para a filha dele, Cristiane Brasil. A eleição do pastor Manuel Ferreira, que recebeu 1.782.219 votos na disputa pelo Senado em 2002, é dada como certa.

Procurados pela versão online do jornal O Dia, os presidentes dos diretórios estaduais de PP, Dornelles; PTB, Fernando Gonçalves e PL, Caetano Amado, não retornaram as ligações.





Fonte: Terra

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