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Politica Brasil
Terça - 19 de Setembro de 2006 às 04:27

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O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, declarou nesta segunda-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não acredita no envolvimento do seu assessor Freud Godoy na tentativa de compra do dossiê contra o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. Godoy, acusado por Gedimar Pereira Passos, preso na última sexta, de ter coordenado a operação a mando do PT, negou a denúncia em depoimento à Polícia Federal e deixará hoje o cargo de assessor especial da Secretaria Particular da Presidência da República. Segundo o governo, Freud pediu demissão.

Na tarde de ontem, Freud declarou, em entrevista ao Jornal Hoje, que falou para Lula "dormir muito tranqüilo" porque não teria nada a ver com a negociação do dossiê. Segundo o assessor, foi o presidente quem ligou para saber "qual o fundo de verdade" da denúncia. Freud trabalhava próximo do gabinete de Lula.

Bastos salientou que, apesar de Lula não crer na participação do assessor, apóia as investigações e a eventual responsabilização de Godoy, caso seja comprovado o envolvimento. Thomaz Bastos, que falou pelo telefone com Lula antes de o presidente embarcar para Nova York, garantiu que o chefe de Estado está "indignado".

"Ele não compactua com isto, usou esta expressão: não contem comigo para fazer uso de dossiês, declarou Bastos. "Basta lembrar do dossiê Cayman, que era um dossiê vendido contra o próprio Serra, contra o presidente Fernando Henrique e o governador Mário Covas , que o Lula recebeu e se recusou a usar. Se recusou a usar, peremptoriamente, porque ele não gosta e não compactua com isso", declarou o titular da Justiça.

Márcio Thomaz Bastos garantiu que as investigações serão isentas e rápidas e se disse preocupado em não permitir o "uso eleitoral" do episódio. O ministro evitou comentar declarações dos presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, e do PFL, Jorge Bornhausen, que colocaram em dúvida a credibilidade da apuração da PF.

"Neste momento em que a atmosfera eleitoral está incendiada, principalmente pela grande vantagem do presidente Lula nas pesquisas, é muito difícil manter a calma e a serenidade. E é muito difícil trabalhar com impessoalidade e objetividade", afirmou.





Fonte: Terra

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