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Politica Brasil
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 16:34

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A senadora Heloísa Helena (P-SOL/AL), candidata à Presidência pela coligação Frente de Esquerda, defendeu hoje um socialismo que reduza as desigualdades e medidas econômicas que promovam o crescimento do país, que - segundo ela - já deveria ter tido uma mulher como presidente.

Em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, Heloísa explicou algumas das propostas econômicas e sociais que defende como candidata à Presidência.

A senadora disse que luta para ficar em segundo lugar, apesar das pesquisas indicarem a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno, com 50% de intenções de voto, enquanto Heloísa Helena alcançaria 9%.

O candidato Geraldo Alckmin, da coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), conseguiria cerca de 27% dos votos segundo as pesquisas e ficaria em segundo lugar, mas a senadora manifestou desconfiança nas enquetes e espera que a decisão vá para o segundo turno, no qual Heloísa busca ser a adversária de Lula.

"Se acredito até em Deus, que não pode ser tocado, nem localizado geograficamente, imagine se não acredito na força do povo", disse, ao falar sobre uma possível mobilização do eleitorado a seu favor.

Exaltada quando falava de política social e mais tranqüila, e até brincalhona, quando perguntada sobre sua personalidade, Heloísa aproveitou a entrevista coletiva para esclarecer sua posição sobre temas variados, como o aborto - Heloísa defende o planejamento familiar -, as relações internacionais e suas polêmicas propostas econômicas.

A candidata rejeitou o socialismo totalitário que existiu na Europa, e disse que o P-SOL não "é herdeiro dessa tradição", como também não era o PT, do qual a senadora foi membro até ser expulsa, no início de 2003.

Heloísa disse que o PT não é mais um partido de esquerda, e disse que o P-SOL surgiu por uma "circunstância histórica".

A candidata disse que também rompeu com a história "muito, muito feia" do capitalismo, e que, como "torceu" pela queda do muro de Berlim, é contra o muro que está sendo construído na fronteira entre os Estados Unidos e o México, que acaba com os sonhos de muitos latino-americanos, incluindo os brasileiros.

Heloísa afirmou que sua luta é por uma verdadeira "democratização do Estado brasileiro", que pressupõe a democratização da riqueza, do espaço urbano, das políticas sociais e culturais.

No âmbito econômico, a candidata defendeu a queda "implacável" das taxas de juros no país - que atualmente é uma das mais altas do mundo - para promover o crescimento, sem que isso leve à fuga de capitais, como afirmam seus críticos, ou ao aumento da inflação.

Segundo a candidata, o processo de nacionalização dos hidrocarbonetos na Bolívia foi "legítimo". O problema foi que o Governo brasileiro não cumpriu sua obrigação de defender os bens e investimentos da Petrobras, no que considerou "uma demonstração de incompetência".

Em política externa, Heloísa lembrou que a própria Constituição dá prioridade às relações com a América Latina e exige o respeito à autodeterminação dos povos.

Se for escolhida presidente, "todas as relações internacionais e comerciais que foram importantes para o Brasil serão mantidas", disse.

Sobre sua própria candidatura, Heloísa disse que o Brasil tem muitas "mulheres maravilhosas e competentes", por isso o país "já podia ter tido" uma mulher como presidente.

A senadora disse que, por isso, considerava "um absurdo" e "uma aberração" que até agora não houvesse nenhuma mulher candidata à Presidência.





Fonte: Terra

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