CPMI pedirá à justiça fitas negociadas por Luiz Antônio Vedoin
A Planam é a empresa que comandou o esquema de compra de ambulâncias superfaturadas com emenda parlamentar. Vedoin foi preso na última sexta-feira acusado de negociar com pessoas ligadas ao PT do Mato Grosso fitas em que o ex-prefeito de São Paulo e candidato do PSDB ao governo paulista, José Serra, aparece em cerimônias de entregas de ambulâncias da Planam na época em que foi ministro da Saúde, entre 1998 e 2002. O empresário receberia cerca de R$ 1,7 milhão em dinheiro vivo pelas imagens. Ele está preso na Polinter de Cuiabá.
"Será uma tomada de posição da CPI: decidir investigar a negociação do Vedoin e receber o material. Ambos são necessários. O que houve foi ocultação de provas", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PT-RJ). A proposta de ouvir Vedoin será feita pelo subrelator de sistematização da CPI, Carlos Sampaio (PSDB-SP). "Precisamos tirar do Vedoin o que o motivou a negociar esse material. Por que gente do PT estava pagando? Se o presidente Lula acha estranho, nós da CPI também temos esse direito", disse o deputado.
Há uma unanimidade dentro da CPI em relação ao pedido à Justiça sobre os documentos. Mas ainda não há consenso sobre um novo depoimento de Vedoin. "Vamos deixar o Vedoin por último. O que ele diz a CPI não leva em conta. Precisamos, primeiro, ter acesso a esses documentos. Ver sua autenticidade", disse o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE).
A reunião desta terça não constava na agenda da CPI. A comissão pretendia se reunir somente no dia 4 de outubro, após o primeiro turno das eleições. Provavelmente, apenas a cúpula deve comparecer. Não haverá quórum para votação de requerimento de convocações, por exemplo. A CPI tratará apenas de procedimentos em relação às últimas acusações de Vedoin.
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