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Politica Brasil
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 09:03

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O candidato à Presidência da República Cristovam Buarque (PDT) disse, na manhã desta segunda-feira, que a declaração do candidato à reeleição Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os comícios nos palanques estarem sendo uma aula de sociologia para ele é uma aula de analfabetismo político, não passando de artimanha para a reeleição. "Imagino um jovem que esta se formando como eleitor em um momento de tanta falta de nitidez", refletiu. O pedetista esclareceu alguns pontos de seu projeto de governo durante a entrevista à rádio CBN. Acompanhe.

Suicídio intelectual

Cristovam Buarque comentou o programa ProUni, ao afirmar que não adianta dirigir investimentos apenas ao Ensino Superior. O candidato defende o projeto de federalização do ensino público no País. "O Brasil está se suicidando no ponto de vista intelectual. Não adianta investir no Ensino Superior, se a educação básica é ruim. A gente joga fora 82 milhões de neurônios brasileiros. Só colocando a educação de base como assunto principal do País poderemos mudar. A gente federaliza a educação ou vamos ter uma formação superior frágil e ruim".

Federalização da educação

O candidato deu alguns detalhes sobre como implementar o projeto de federalização. "Eu não vou criar órgão nenhum. Será uma descentralização gerencial do ensino. Algo que não pertença ao governo, mas que tenha um caráter público. As 160 mil escolas terão que cumprir padrões universais quanto a salários, edificações e equipamento, e um padrão de conteúdo mínimo. Uma forma de organização como a do Banco do Brasil, só que este é uma empresa. A idéia é Permitir uma liberdade pedagógica, mas não será admitida baixa qualidade". Cristovam comentou também a atual realidade do ensino básico brasileiro. "Só temos 95% de crianças matriculadas, e a imensa maioria vai um dia, mas não vai no outro. Outros vão até a hora merenda, outros vão e não aprendem. Por isso, a federalização garatirá o necessário, mas a gerência é local".

Emprego

O repórter perguntou como ficará a questão do primeiro emprego, uma vez que o projeto de Cristovam é focado especialmente no ensino básico. Para solucionar esta questão, o candidato pretende aumentar em um ano o Ensino Médio. "Aumentando em um ano o Ensino Médio, o aluno pode sair com uma profissão. A geração de emprego, então, se dará porque teremos mão-de-obra a ser absorvida. Pode-se ter o desenvolvimento da indústria têxtil, a partir da fabricação de uniformes, por exemplo".

Dinheiro para os investimentos

O candidato falou sobre as fontes de renda para gerir investimentos na educação. "Temos que manter a responsabilidade fiscal. Precisamos congelar os aumentos vegetativos. Se acenamos com equilíbrio, os juros caem e o dinheiro aparece. A velocidade de como isso vai ser feito dependerá do acordo com a maioria no Congresso. O que eu mais desejo é que os outros candidatos adotem minhas promessas. Eles estão propondo generalidades apenas. Eu fiz as contas de quanto custa não fazer a federalização da educação. Estamos perdendo 19 mil dólares por ano ao não ter feito o que a Coréia fez".

Reformas

O candidato deu sua opinião sobre as reformas que precisam ser feitas. "Não adianta fazer reformas na máquina esquecendo das reformas sociais, que se realizam pela federalização da educação. Precisamos de reformas tributária e ética, que será o meio. Mas a grande transformação é a revolução pela educação". Quanto à reforma tributária, ele explicou alguns pontos que estão explicitados no seu governo: "reformas na Previdência e no trabalho estão no meu projeto de governo. Para tanto, pretendemos criar um fundo para financiar o pessoal que precisa da Previdência. Na questão da reforma trabalhista, quero promover reformas que aumentem a base de trabalho. A idéia é trabalhar com mais adultos e menos jovens. Temos que adiar a aposentadoria¿.

Parceirias Público Privadas (PPPs)

Cristovam criticou o governo Lula. "O governo não fez nada, é uma vergonha. Eu sou a favor das PPPs".

Ética

O governo de Cristovam prevê uma reforma ética. "Sem dúvida alguma, o Brasil estaria diferente se tivesse tido uma matéria ética nas escolas anteriormente. A questão está no meu programa de governo. Não há mais como continuar assim. A situação hoje está pior que no passado. Eu temo que o presidente faça aquilo que ele falou essa semana, que é fechar o Congresso".

Instrumentalização do Estado

Cristovam Buarque preferiu não comentar o assunto ainda, mas falou como deve ser o perfil do próxima presidente. "Não basta ter um presidente gerente. A gente tem que cuidar da violência e cuidar da economia monetária. Para o País caminhar, é necessário a estabilidade e a educação".





Fonte: Terra

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