Antologia Poética, da boliviana Maria Vargas resgata obras da autora
Em um meio nitidamente masculino, Maria Vargas conquistou o respeito e a admiração de seus colegas poetas. Ela era considerada igual entre seus companheiros de letras, o que, para a época, era quase impossível uma mulher se fazer respeitar por sua competência.
José Edmundo Paz-Soldán, considerado atualmente o melhor escritor da Bolívia, fala com propriedade da importância da obra da escritora para seu país, que a deixou esquecida. “Em seus melhores momentos, Maria Quiroga Vargas tem a força das melhores poetisas de uma geração que deu, entre outras, a Gabriela Mistral e Juana de Ibarborou. A sensualidade da sua poesia lembra a de Delmira Agustini, mas o objetivo de Quiroga é diferente, pois aqui a natureza é o motivo de entrega do sujeito poético: ‘Yoquisiera perderme dentro de los trigales/ engalarnar com áureas espigas mis cabellos...’ Há na autora um profundo existencialismo a manera de Darío de ‘Cantos de amor, vida e esperança.’ A esquecida poetisa boliviana merece um lugar no cânone poético latinoamericano da primeira metade do século XX”, conclui.
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