Para Serra, Vedoin vendeu declaração a revista

O candidato do PSDB ao governo do Estado de São Paulo, José Serra, disse acreditar que o R$ 1,75 milhão apreendido neste final de semana teria como finalidade o pagamento de uma entrevista concedida por Luiz Antonio Vedoin à revista Isto é. O dinheiro estava com empreiteiro Valdebran Carlos Padilha da Silva, ligado ao PT, e o advogado e ex-agente da PF Gedimar Pereira Passos.

A última edição da revista, que entrou em circulação na última sexta-feira, cita uma entrevista com Vedoin, em que ele apresentaria provas de ter pago propina a Serra e seus assessores, na época em que ele era ministro da Saúde. Segundo a reportagem, a Planam, empresa da família Vedoin, teve o ápice de seu faturamento com a venda de ambulâncias no ano de 2002, quando Serra preparava a candidatura à Presidência.

Para Serra, a entrevista é uma armação. "Isso é uma armação, uma baixaria pré-eleitoral. Eu estou bastante à frente nas pesquisas. Então, adversários armam uma baixaria. Uma baixaria paga com dinheiro, R$ 1,7 milhão", disse. "O dinheiro veio de algum lugar. O dinheiro ia para algum lugar. Está em mãos de militantes de partidos políticos, do PT, no caso. Eu acho que esse dinheiro ia, provavelmente, pagar pela entrevista dada."

Serra disse acreditar na hipótese de o dinheiro ter como destino a entrevista porque o suposto dossiê contra ele não seria mais secreto. "Uma foto, um vídeo que já era conhecido, que já estava na Internet, que não tem importância, nem seriedade nenhuma, não valiam tanto", afirmou.

O diretor-presidente da Editora Três, Domingos Azulgaray, disse que a entrevista não foi comprada e se trata de material jornalístico.