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Politica Brasil
Domingo - 17 de Setembro de 2006 às 15:52
Por: Fernando Leal

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Os principais institutos de pesquisas eleitorais de Mato Grosso foram alinhados no mesmo grupo de seus similares – que atuam em âmbito nacional, durante alerta feito pelo deputado Pedro Satélite (PPS) sobre a influência que a dança dos números exerce sobre eleitor e candidato nas disputas por cargos, principalmente os proporcionais.

“As pesquisas para as eleições proporcionais – principalmente deputados federal e estadual – ainda não refletem a exata realidade por causa do grande índice de eleitores indecisos, atualmente em torno de 40% em Mato Grosso.

Apesar disso, elas têm seu valor uma vez que servem como indicador de nomes mais lembrados pela sociedade (nas pesquisas espontâneas) e os que mais se fixaram no consciente popular até o momento de serem citados nas pesquisas estimuladas”, observou o parlamentar.

Em conversa informal com jornalistas, no Norte do estado, ele citou trabalhos publicados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pelo site do Observatório da Imprensa e pela Rede Paranaense de Comunicação, para mostrar as várias faces de um cenário que mexe com nervos e astúcia técnica dos envolvidos na disputa eleitoral para alcançar uma melhor performance dos candidatos.

Em ampla matéria publicada na edição deste mês (nº 127) da sua revista Pesquisa, a Fapesp lembrou episódios envolvendo Leonel Brizola e Geraldo Alckmin. “Tão inteligente quanto esperto, Leonel Brizola, numa de suas inúmeras campanhas, saía pelas ruas perguntando aos passantes se ele já fora entrevistado para uma pesquisa de opinião eleitoral. ‘Eu também nunca fui’, asseverava o gaúcho após ouvir, quase sempre um ‘não’ do seu interlocutor”, mostra a publicação.

Ela também lembrou caso protagonizado por Alckmin, em agosto último. “No mês passado, o candidato à presidência, Geraldo Alckmim, igualmente preferiu desprezar os números ao classificar de ‘piada’ os resultados de uma pesquisa que não lhe era favorável. ‘Eu só falo coisa séria e isso é uma piada. Você leva isso a sério?’, perguntou aos jornalistas que o acompanhavam”.

Os fatos foram citados por satélite como exemplo dos diversos tipos de influências exercidos pelas pesquisas eleitorais em candidatos. “O mais importante é que um trabalho científico realizado pelo professor Marcos Figueiredo, do Iuperj (Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro) mostra que a média de acertos das pesquisas brasileiras é maior do que as feitas por empresas dos Estados Unidos. Nosso padrão é internacional e os principais institutos do gênero, em Mato Grosso, estão incluídos nesse grupo”, disse Pedro Satélite, também candidato.

De acordo com a Fapesp, a média de acerto dos quatro grandes institutos brasileiros de pesquisa (Ibope, Datafolha, Vox Populi e Sensus) está em “padrões internacionais”. Segundo ela, considerando os números referentes às eleições presidenciais – a partir de 1989 – a média de acertos é superior a 90%. “A democracia agradece essa precisão”, ressalta a revista.

Em entrevista preparada pelo Globo OnLine e reproduzida pelo Jornal Gazeta do Povo OnLine (da Rede Paranaense de Comunicação), o representante do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, mostrou a exata preocupação de Satélite.

“As pesquisas para os cargos legislativos têm um grau muito menor de precisão. Como o voto para candidatos desse grupo é muito diluído na sociedade, o tamanho amostral teria que ser muito aumentado, o que basicamente tornaria essas pesquisas muito mais caras”, alertou Guedes.

Ele salientou, ainda, que um candidato pode contratar um instituto, individualmente, para saber quantos votos ele tem em uma região específica. “Mas, sem dúvida, seria uma pesquisa com maior margem de erro, assegurou o representante do Sensus.

Exemplo em Mato Grosso “É exatamente para essa realidade que a sociedade deve estar atenta na hora de fazer suas avaliações, porque o candidato não depende apenas dos votos dirigidos a ele, mas também dos votos de legenda. Esse é um pequeno-grande detalhe não mostrado pelas pesquisas”, disse Satélite. Ele deu exemplos típicos, em Mato Grosso, de candidatos que – no momento – têm pela frente cenários totalmente obscuros.

“Em pesquisa recente, o candidato à reeleição para a Câmara Federal, Carlos Abicalil, do PT, lidera o grupo dos mais cotados. Entretanto, por enquanto, ele enfrenta sérias dificuldades para se eleger em virtude da legenda. Em situação inversa está o candidato a deputado estadual, Chico Galindo, do PDT. É que, apesar de ter aparecido em 39º lugar na mesma pesquisa, até agora ele tem praticamente garantida sua eleição com número de votos a outros candidatos do seu grupo por pertencer à Frentinha (coligação que possui muitos candidatos)”, analisou Satélite.

De acordo com o parlamentar, ainda no caso do PDT, outro detalhe enriquece esse universo: “O deputado Carlos Brito concorre à reeleição em chapa pura (não está na Frentinha). Pelos serviços prestados, certamente, Brito terá votação expressiva. Apesar disso, ele corre sério risco de perder a vaga para o ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, Otaviano Piveta, caso o PDT eleja apenas mais um deputado”.

Procurando chamar a atenção do eleitor, Satélite alertou que não é pela ordem de pontuação que se pode definir os prováveis eleitos. “Antes da avaliação global, é preciso se observar a coligação à qual o candidato pertence e fazer uma projeção da potencialidade da mesma para se definir se o candidato tem ou não reais possibilidades de ser eleito”, concluiu Satélite.

Também disputando as atuais eleições, nas últimas pesquisas ele está entre os oito candidatos da sua coligação mais citados pelos eleitores, nas diversas regiões em que houve consulta popular, e pontua na Capital e na Baixada Cuiabana.





Fonte: Assessoria de Imprensa

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