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Politica Brasil
Sábado - 16 de Setembro de 2006 às 09:06

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Em discurso ontem à noite em Natal (RN), a cerca de 10 mil pessoas ensopadas por uma tempestade que caiu no momento da sua chegada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar as "elites" e a se colocar como defensor dos pobres. "Damos uma surra neles em todos os itens", disse, antes de completar: "O que mais os machuca é comparar 44 meses do governo".

Lula também voltou a falar mal do legado da gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Citou o risco-Brasil de 2002, que chegou a níveis recordes justamente pelo temor de que Lula fosse alterar radicalmente o rumo da economia, e falta de crédito. "Não fiz nenhuma bravata, agi como um presidente de país grande, que deve ter responsabilidade."

Insistiu na estratégia de dizer que foi vítima de preconceito durante o mensalão. "Apanhamos. Ouvia na tribuna do Senado a transmissão do ódio, até do ódio de classe de quem não suportava esse operário metalúrgico, filho de nordestino, que não poderia ser presidente e deveria estar dentro de uma fábrica", disse.

"Tem uma elite que nunca suportou um governante que fizesse as coisas para os pobres. Para eles, pobre só tem importância na época das eleições."

O presidente rebateu as críticas do FMI, que afirmou que o crescimento do Brasil é desapontador. "Precisamos construir tijolo por tijolo para que a gente pudesse chegar no ano passado e dizer ao FMI: "Não precisamos mais de vocês, tchau e benção, nós vamos cuidar do nosso país"."

Ele também reagiu à propaganda do adversário Geraldo Alckmin sobre a má condição das estradas do país. "Se tiver de escolher entre um metro de estrada e encher a barriga de uma criança pobre, vou encher a barriga da criança pobre."

Ao final, pediu aos eleitores que não vacilem na reta final da disputa. "Nada de vacilar, falta pouco tempo, vamos pra rua. Um abraço e até a vitória, se Deus quiser, em 1º de outubro."

Mais cedo, em Brasília, Lula havia afirmado que os presidentes que vieram antes dele não conheciam "o Brasil dos grotões" e governavam sempre para "30% da população".

"As pessoas que governam o Brasil conhecem pouco o Brasil. Não são muitos os governantes que adquiriram o hábito de andar o Brasil, o Brasil dos grotões, o Brasil da periferia, fora de época de ano eleitoral", disse, na cerimônia de sanção da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional.

Educação "de berço"

Em Aracaju, na noite de ontem, Lula lançou duro ataque conta seu antecessor no cargo, FHC, em comício para cerca de 20 mil pessoas. "Vocês vejam como o ex-presidente [FHC] fala, como me ofende. Fico lendo aquelas cartas que ele escreve e penso: puxa vida, é como minha mãe dizia, educação não vem da escola. Vem de berço", declarou.

Lula disse que Fernando Henrique "fica nervoso" porque as comparações entre os dois governos seriam desfavoráveis ao tucano. "Ele pode entender mais de sociologia que eu, mas entendo mais da alma do meu povo. Ele pode ter lido muito mais que eu, mas eu li a consciência das pessoas." Exaltado, atacou os opositores várias vezes. "O chefe da direita dizia que eu tinha que sangrar, mas ele não sabia que eu fiz uma transfusão de sangue direto com o povo."





Fonte: Folha de S. Paulo

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