Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 15 de Setembro de 2006 às 14:50

    Imprimir


A próxima edição da revista ISTOÉ, que entra hoje no ar, na Internet e chega às bancas, de forma antecipada, nas próximas horas, traz uma entrevista exclusiva com os Vedoin, Luiz Antônio e Darci, em que pai e filho contam uma história que é nitroglicerina pura no ninho tucano e contra seu candidato eleitoralmente mais forte.

Em entrevista gravada ao redator-chefe Mário Simas Filho, o empresário Darci Vedoin, sócio da Planam, empresa que comandava a máfia das ambulâncias, e seu filho Luiz Antônio Vedoin, colaboradores nos inquéritos da Operação Sanguessugas, afirmaram que o esquema funcionou muito bem durante a gestão de José Serra no Ministério da Saúde, com a colaboração de seus auxiliares. Os lobistas apresentaram documentos que, supostamente, provariam o pagamento de propina a assessores de Serra.

É impossível prever ainda o baque dessas revelações para Serra, favorito para ganhar no primeiro turno as eleições para o governo de São Paulo e ex-adversário de Lula na campanha eleitoral de 2002. Serra foi ministro da Saúde de março de 1998 a fevereiro de 2002. O esquema das vendas superfaturadas de ambulâncias começou em algum momento no início da década.

O possível envolvimento de Serra na máfia das ambulâncias vinha sendo tratado com extrema cautela no Congresso, até porque as informações de Vedoin precisam ser provadas. Mas aqui e ali surgiam informações nessa direção. Em agosto, o colunista da Folha de S.Paulo e blogueiro Fernando Rodrigues colocou em seu blog na rede a informação de que Luiz Antônio Vedoin disse em um de seus depoimentos na CPI que investiga o escândalo que ele e seu pai, Darci Vedoin, estiveram presentes a uma cerimônia de entrega das ambulâncias em Cuiabá, em 2001.

Fotos que circularam pelo Congresso, e estão no blog, mostram o então ministro da Saúde ao lado de deputados hoje acusados de participarem do esquema dos sanguessugas: deputados Lino Rossi (PP-MT), Pedro Henry (PP-MT) e Ricarte de Freitas (PTB-MT). "As fotos de Serra com os sanguessugas não provam nada. Assim como Lula, Serra também pode argumentar que não sabia de nada, certo?", perguntava Rodrigues. Com as revelações dos Vedoin a ISTOÉ tudo pode mudar.

Há dez dias, o ex-chefe da Casa civil, José Dirceu, colocou em seu blog uma nota lembrando um discurso do deputado federal Luciano Zica (PT-SP): "É importante que lembremos, para a nossa tristeza, que esse é um escândalo antigo na política brasileira. O esquema da empresa Planam teve início em 1999 e teve seu auge em 2000, com convênios decorrentes de emendas parlamentares", lembrou Zica. E continua. "Naquela época, eu havia apresentado uma emenda para que o município paulista de Cosmópolis adquirisse um veículo de transporte de pacientes de hemodiálise até Campinas.

Recebi um telefonema de um assessor do ministro José Serra informando que a minha emenda para Cosmópolis não seria liberada, mas que haviam empenhado e estavam liberando a emenda de outro deputado", conta. No final, Zica disse que falou diretamente com assessores de Serra. "Liguei para a equipe do ministro José Serra, solicitando que cancelasse o empenho e buscasse investigar, porque havia corrupção naquela história. Infelizmente, terminou o governo FHC sem que houvesse investigação", disse.

A máfia das ambulâncias era chefiada pela família Vedoin e tinha membros infiltrados na Câmara dos Deputados, no Ministério da Saúde e na Associação de Municípios do Mato Grosso. O primeiro passo da ação da quadrilha era o contato com os prefeitos interessados. O responsável pelo contato seria José Wagner dos Santos. Com a concordância do prefeito, a quadrilha acionava assessores de parlamentares que preparavam emendas a serem apresentadas por deputados e senadores. O texto era aprovado no Congresso Nacional e a assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, teria a incumbência de aprovar o convênio e facilitar a liberação do recurso.

Caberia à empresa Planam, de propriedade da família Vedoin, montar as ambulâncias e entregá-las ao prefeito. A empresa superfaturava em até 110% a operação e entregava um veículo sem os equipamentos necessários para atendimentos de emergência. No total, a quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões desde 2001 e entregue mil veículos.





Fonte: 24HorasNews

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/275696/visualizar/